Folha de S. Paulo


Para receber dividendos da Petrobras, investidor quer barrar assembleia

Duas gestoras de investimento, uma brasileira e outra americana, pediram à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) avaliar a proposta de suspensão da assembleia de acionistas da Petrobras. Pelo menos um dos pedidos baseia-se na decisão da estatal de não distribuir dividendos.

A assembleia está agendada para 25 de maio, e terá como pautas a aprovação das contas de 2014, com o registro de prejuízo de R$ 21,7 bilhões, e a decisão de não fazer pagamentos aos acionistas, uma vez que não houve lucro.

Os pedidos para interromper assembleia foram encaminhados à autarquia pela Ibiúna Investimentos, nesta quarta-feira (14), e HBK Investments, no dia seguinte.

De acordo com a solicitação encaminhada à autarquia, ao qual a Folha teve acesso, o fundo HBK diz discordar da decisão da Petrobras de não distribuir dividendos a ações preferenciais porque, embora tenha tido prejuízo, a estatal acumula reserva de lucros de R$ 127,2 bilhões, capazes de absorver as perdas de R$ 21,7 bilhões.

A reserva de lucros, sustenta o fundo, seria suficiente para pagar os dividendos mínimos assegurados aos donos de ações preferenciais. Este valor, calcula o HBK, poderia chegar a R$ 4,4 bilhões.

Os pedidos estão em análise na CVM.

O prejuízo da Petrobras em 2014 foi decorrente do lançamento de despesas relacionadas a baixas contábeis, de R$ 6,2 bilhões relativos a corrupção, R$ 44,6 bilhões relacionados a perda de valor em ativos, e R$ 2,7 bilhões pela decisão de abandonar o projeto de construção de duas refinarias, no Ceará e no Maranhão.

Procurado, o HBK não quis comentar. Petrobras também não comentou. O Ibiúna ainda não retornou o pedido.


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