Folha de S. Paulo


"Não é sexy, mas é muito importante", diz Levy sobre reforma tributária

Em Londres, ministro diz que país está 'no caminho certo' para crescer em 2016

Sob um discurso para atrair investimentos estrangeiros em infraestrutura, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou a empresários britânicos nesta terça-feira (12) que o Brasil está no "caminho certo" para voltar a crescer em 2016.

"Estamos num ano de transição em que precisamos ajustar a economia para a situação global. Acredito que estamos no caminho certo para a volta do crescimento em 2016", afirmou.

O ministro discursou a uma plateia de 200 pessoas num evento da Câmara Brasileira de Comércio no Reino Unido que contou com a presença de empresários britânicos e brasileiros.

Pedro Ladeira - 7.mai.2015/Folhapress
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em seminário de comemoração dos 15 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal, na sede do TCU, em Brasília
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em seminário de comemoração dos 15 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal, na sede do TCU, em Brasília

Depois, somente aos jornalistas, Levy disse que está em Londres até esta quarta (13) para detalhar a investidores as ações adotadas porque, segundo ele, o país geralmente "não explica" para o exterior suas medidas.

"Para as coisas darem certo, temos que ouvir o outro lado, conversar com os ingleses. Às vezes um dos problemas do Brasil é que a gente não explica as nossas coisas. A gente conta uma história, fica pela metade, se perde em alguns detalhes. O cara tem que ter a 'big picture' (imagem global)", disse.

No discurso, Levy citou a experiência da aceitação global dos títulos de dívida pública do país como exemplo para pensar em maneiras de atrair investidores estrangeiros, destacando o BNDES como modelo de parceiro para dar "garantias".

"O papel do governo não é escolher o cantor ou o barítono, mas garantir que o teatro esteja limpo e pronto para operar na hora certa', afirmou à plateia.

Levy frisou ainda a intenção do governo de tentar avançar a reforma tributária nos Estados. "Há poucas coisas que não são muito sexy, mas são muito importantes", disse, provocando risos. "Nós estamos ajudando os Estados a simplificar isso, trabalhando para simplificar o imposto federal", ressaltou.

AJUSTES

Levy destacou o efeito da ação do Banco Central em relação às medidas fiscais e orçamentárias que o governo tem tomado, incluindo as que envolvem os ajustes dos preços relativos (câmbio e tarifas públicas).

"O Banco Central tem de estar muito vigilante para que esse alinhamento não se transforme em fonte de pressão inflacionária", disse o ministro, reafirmando que espera que a meta da inflação seja atingida no ano que vem.

"O que nos deixa confiantes é que 2016 será o ano em que veremos vários resultados em relação ao que estamos fazendo agora", ressaltou.

O ministro da Fazenda destacou também os projetos do Brasil no pré-sal, lembrando que os britânicos estão envolvidos por meio de projetos que contam com a participação BG Group, gigante local que recentemente foi negociada com a anglo-holandesa Shell,


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