Folha de S. Paulo


Dólar cai mais de 1% após dados fracos de emprego nos EUA

Dados mais fracos que o esperado no mercado de trabalho dos Estados Unidos guiam o dólar a um recuo de mais de 1% nesta quarta-feira (6), mas a moeda americana ainda se mantém na casa dos R$ 3.

Às 11h43 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 1,15% sobre o real, cotado em R$ 3,026 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 1,36%, para R$ 3,028.

O setor privado dos Estados Unidos gerou 169 mil vagas de trabalho no mês passado, menor número desde janeiro de 2014 e muito abaixo das expectativas de analistas. O indicador tirou força da escalada dos rendimentos dos títulos públicos globais, como os dos EUA e da Alemanha, que vinha diminuindo a atratividade de ativos de mercados emergentes, considerados mais arriscados.

O fraco desempenho do indicador também reforçou incertezas em relação a quando o governo americano pretende começar a elevar o juro básico nos EUA, que está há anos em seu menor patamar histórico, entre 0% e 0,25%.

Uma alta deixaria os títulos do Tesouro dos EUA –que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco– mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima.

Neste cenário de cautela, a atuação do Banco Central do Brasil no câmbio também continua no radar dos investidores. Nesta manhã, a autoridade monetária rolou para 2016 os vencimentos de 8,1 mil contratos que estavam previstos para o início de junho, em um leilão que movimentou US$ 395,4 milhões. A operação é equivalente à venda futura de dólares.

Se mantiver esse ritmo até o final de maio, o BC rolará apenas 80% do lote total de contratos de swap com vencimento no início do próximo mês, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.

BOLSA

Após abrir em alta, o principal índice da Bolsa brasileira inverteu a tendência e passou a operar no vermelho, conforme as ações de Petrobras e Vale, que haviam ganhado mais de 2% nos primeiros minutos de pregão, também perderam força.

Às 11h43, o Ibovespa registrava desvalorização de 0,20%, para 57.938 pontos. Mais cedo o índice chegou a ultrapassar os 58,5 mil pontos, depois de ter fechado a sessão da véspera em seu maior nível desde setembro do ano passado.

As ações preferenciais de Petrobras e Vale, mais negociadas e sem direito a voto, passam por realização após sequência de altas. Os investidores aproveitam para vender papéis e embolsar lucros com o avanço da Bolsa nos últimos dias, segundo analistas. Às 11h35, a estatal tinha ligeiro avanço de 0,34%, para R$ 14,43, enquanto a mineradora recuava 0,93%, para R$ 20,11.

Segundo analistas, a realização de lucros pode ter sido motivada pelo cenário político, após a votação da Medida Provisória 665, prevista para terça-feira (5), ser adiada. A MP trata de direitos trabalhistas como o seguro-desemprego.

Fora do Ibovespa, a ação da Eletropaulo disparava 5,08%, para R$ 12,40, após a diretoria da Aneel propor na terça-feira aumento médio de 15,16% nas tarifas da empresa, dentro do processo do quarto ciclo de revisão tarifária da distribuidora.

Com Reuters


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