Folha de S. Paulo


Após dizer que corrupção na Petrobras pode ser maior, Bendine volta atrás

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, deu duas respostas diferentes para os questionamentos de senadores sobre o tamanho da perda da empresa com os desvios de corrupção no esquema conhecido como "petrolão".

A empresa lançou em seu balanço de 2014 perdas de R$ 6,2 bilhões relacionadas aos casos investigados pela Operação Lava Jato.

Questionado pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado) nesta terça-feira (28) se a perda poderia ser maior, Bendine afirmou que sim e que o valor apresentado no balanço foi "conservador".

Posteriormente, o presidente da estatal afirmou que foi colocado um valor superior à perda estimada.

"Isso é uma visão conservadora. O conservador quer dizer que estamos extrapolando o valor, não pondo um valor menor", afirmou. "Se fosse fazer um lançamento mais assertivo, teríamos de esperar o processo chegar ao final, mas estamos nos antecipando."

A Petrobras considerou que houve superfaturamento de 3% em todos os contratos e aditivos firmados com as 27 empresas envolvidas na operação, no período de 2004 a abril de 2012, no valor total de R$ 199,6 bilhões.

Bendine afirmou que o número de contratos envolvidos pode ser menor e que os 3% são uma média, pois há relatos sobre desvios entre 1% e 10%.

Ele afirmou ainda que a empresa acredita que esses valores serão recuperados, não só pela ação da Justiça do Paraná, mas também por conta de acordos de leniência com empresas envolvidas.

"A Petrobras quer deixar bem claro que é uma vítima desse processo", disse. "Foram atos isolados de determinadas pessoas."

Simon Plestenjak/Folhapress
Aldemir Bendine, sucessor de Graça Foster no comando da Petrobras
Aldemir Bendine, sucessor de Graça Foster no comando da Petrobras

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