O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, afirmou nesta quinta-feira (23) que as manifestações de caminhoneiros até agora são pequenas, mas que o governo vai acompanhar os atos e garantir que as estradas não sejam fechadas pelos grevistas.
Segundo Rossetto, até agora não há bloqueios e apenas manifestações de caminhoneiros. Segundo ele, as polícias estão trabalhando de forma rigorosa para orientar os caminhoneiros a não fechar as estradas e que vai exercer seu poder de polícia para garantir as vias abertas e o abastecimento das populações.
"São manifestações pequenas. Há um apoiamento grande [à posição do governo]. Tanto mais a categoria conhece as propostas, há uma adesão e um reconhecimento", afirmou Rossetto.
O ministro reafirmou que o governo federal atendeu a todas as reivindicações dos caminhoneiros após a greve do mês de março e que continuará trabalhando numa mesa de negociação entre caminhoneiros e empresas para melhorar os preços dos fretes.
Líderes de caminhoneiros anunciaram nesta quarta-feira o início da greve, após uma reunião entre representantes da categoria e integrantes do governo.
TABELA
Após quase dois meses de negociações, o governo anunciou que criaria uma tabela de frete mínimo, fazendo apenas uma tabela referencial, algo que já existe desde 2000 e nunca foi cumprido. Grandes empresas eram contra a tabela mínima.
Após o anúncio de que a tabela seria apenas referencial, cerca de 50 representantes da categoria saíram do auditório da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) aos gritos de "O Brasil Vai Parar". Pela manhã, houve bloqueios em pelo menos cinco estados, parte deles já desfeitos pela Polícia Rodoviária Federal.
Após a reunião com os caminhoneiros, Rossetto convocou uma entrevista para explicar que o governo considerou que além de inconstitucional, uma tabela mínima seria impraticável. Ele havia dito que a maioria dos caminhoneiros reconhecia as conquistas alcançadas após a greve e acreditava que haveria apoio ao governo.
"Acreditamos que as medidas estão sendo compreendidas pelos caminhoneiros. Achamos que haverá um grande, amplo apoio da categoria [ao que o governo fez]. Estamos seguros da aceitação por parte da categoria. Vamos aguardar", disse Rossetto na entrevista de quarta-feira.