Folha de S. Paulo


Governo planeja centro de controle na Tríplice Fronteira

O governo brasileiro iniciou negociações com a Argentina para implantar um Centro Integrado de Comando e Controle na Tríplice Fronteira –que une os dois países e o Paraguai– como forma de intensificar o combate ao contrabando na área.

A informação foi dada nesta quinta-feira (19) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no fórum "O Contrabando no Brasil", realizado pela Folha em São Paulo.

A ideia é reunir as forças policiais dos três países, que passariam a traçar conjuntamente operações de inteligência e repressão. Os vizinhos poderiam contribuir entre si também com informações comerciais e de imigração na região.

Editoria de arte/Folhapress

"Mesmo se colocássemos um homem a cada 50 metros de fronteira, não resolveríamos a fiscalização. Precisamos de inteligência", afirmou o ministro.

Segundo ele, o controle de fronteiras é um dos principais problemas enfrentados pelo Brasil na área de segurança pública, e a solução só viria de ações de integração aliadas ao uso de tecnologia.

Pela proposta brasileira, o Paraguai ficaria isento do custeio do projeto, que seria bancado por Brasil e Argentina, afirmou o ministro.

A experiência dos Centros Integrados erguidos nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo foi considerada bem-sucedida e inspirou a ideia de uma iniciativa unificada entre os três países.

PORTA DE ENTRADA

A região da Tríplice Fronteira, onde está localizada a cidade brasileira de Foz do Iguaçu, é uma das maiores portas de entrada de produtos contrabandeados no país. A maioria vem do Paraguai.

O plano foi apresentado por Cardozo aos ministros argentinos da Segurança, María Cecilia Rodríguez, e da Justiça, Julio Alak, em novembro passado. Foi acertado que as duas autoridades viriam ao Brasil no início deste ano para conhecer os centros.

A expectativa do governo é que a visita ocorra nas próximas semanas, quando deliberações práticas como a localização do centro, a compra de equipamentos e a divisão de gastos será iniciada.

Segundo o Ministério da Justiça, os centros implantados no Brasil na Copa custaram em média R$ 15 milhões. O valor servirá de base para o projeto na fronteira.

O plano não foi apresentado oficialmente ao Paraguai. A intenção de Cardozo é fazer a proposta ao governo Horacio Cartes em abril, na reunião do Mercosul em Brasília.


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