Folha de S. Paulo


IVC passa a se chamar Instituto Verificador de Comunicação

O Instituto Verificador de Circulações (IVC), que audita os números do leitorado de jornais e revistas brasileiros, anunciou nesta terça-feira (10) que mudou o nome que usava havia 50 anos para refletir a recente ampliação do seu foco. Agora se chama Instituto Verificador de Comunicação.

"A circulação ainda é importante, mas é um passo antes da audiência", diz Pedro Silva, presidente do IVC e, agora, também presidente da Federação Internacional de Auditoria de Circulações (IFABC, na sigla em inglês), uma associação internacional das entidades que verificam o consumo de mídia ao redor do mundo. "A mudança não reflete o que queremos ser, mas o que já somos", diz.

Todos os institutos semelhantes ao IVC, em diferentes graus, enfrentam questões semelhantes: a crescente diversificação do negócio de mídia e a ainda mais rápida mudança no comportamento do leitor.

O instituto já media as audiências de sites de meios de comunicação havia alguns anos, mas agora oferece auditoria em todas as oportunidades possíveis de audiência - de aplicativos para celular e tablet, de rádio e TV online e até de eventos com cobrança de ingresso.

Cada tipo de auditoria usa métricas adaptadas à sua especificidade.

Hoje, segundo Silva, os dados mostram que os leitores usam o tablet ao acordar, o celular quando estão se deslocando e na hora do almoço, usam fortemente o computador para ler notícias no trabalho e voltam a pegar os dispositivos mobile à noite.

Em cinco anos, a leitura de notícias em smartphones passou de uma quase excentricidade de volume irrisório a quase um terço do consumo de notícias online - e, pela projeção do IVC, deve passar de metade do consumo ainda neste ano.

Os tablets, embora sejam muito bem usados para a leitura de notícias, praticamente não crescem em participação no mercado. Silva atribui isso à cada vez maior presença de smartphones com tela maior e "phablets", aparelhos a meio caminho entre o celular e o tablet.

Silva fez um paralelo entre o momento da mudança e a situação política e econômica gerada pela crise da Petrobras. "Embora a situação do país seja triste, ela mostra a importância de se auditar os dados utilizados", afirmou, lembrando o novo slogan do instituto: "o IVC audita para o mercado crer".

O IVC também apresentou um balanço do mercado de notícias em 2014. Segundo os dados do instituto, a Copa do Mundo não chegou a alterar os padrões de audiência, mas as eleições trouxeram forte tráfego aos sites.

Os jornais tiveram queda na circulação impressa avulsa, que foi contrabalanceada pelo aumento das assinaturas digitais e manteve as circulações estáveis. Já as revistas, que vêm em queda constante de circulação, tiveram algum aumento no segundo semestre de 2014.

Em janeiro, segundo os dados do IVC, a Folha era o jornal de maior circulação do Brasil, com média de 365.429 exemplares diários - um crescimento de 9% sobre a circulação de janeiro de 2014. Também lidera em edições digitais, com média de 161.200 diárias.


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