Folha de S. Paulo


Depois da febre, paleteria mexicana passa por teste de sobrevivência

Depois de as paleterias mexicanas terem virado febre, em 2014, há quem aposte que a moda dos picolés de 120 gramas vai começar a derreter no inverno deste ano.

O consultor Marcus Rizzo, especializado no setor de franquias, é um dos que veem esse fim próximo.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Andrey Galeti e Eduardo de Toledo, donos da Los Ticos
Audrey Galeti e Eduardo de Toledo, donos da Los Ticos

Para ele, muitas franqueadoras estão vendendo o modelo sem ter experiência suficiente para enfrentar momentos de baixas nas vendas.

Rizzo diz ainda que o gasto médio de quem compra a paleta é baixo (cerca de R$ 6 por unidade) em relação ao investimento que é feito para abrir uma unidade (a partir de R$ 210 mil, no caso da Los Paleteros, e R$ 118 mil, na Palecolé). O negócio só dá lucro com muito movimento, diz.

FÔLEGO

Outros especialistas ouvidos pela Folha são menos pessimistas quanto ao futuro das paletas, mas concordam que o setor passará por uma filtragem em que restarão somente as melhores empresas.

Para Paulo Ancona Lopez, diretor da consultoria Vecchi Ancona, toda novidade passa por uma baixa. A questão é saber se o tempo da febre será suficiente para que o investidor no setor tenha lucro.

Gean Chu, 25, dono da Los Paleteros, abriu a primeira unidade em Balneário Camburiú (SC) no fim de 2013. Hoje a rede tem 75 lojas.

Ele diz ter conversado com franqueados sobre as chances de o movimento diminuir assim que o produto não fosse mais novidade. Mas não foi o que aconteceu.

A venda média por unidade cresceu 4,9% se comparados o verão de 2014 e o atual.

A rede faturou R$ 70 milhões em 2014 e investiu seu lucro na operação, segundo Chu. Ele prevê dobrar o número de unidades em 2015.

Outras paleterias de crescimento acelerado foram a Helado Monterrey e a Palecolé, com 55 e 32 unidades vendidas, respectivamente.

Também há quem esteja começando a buscar franqueados, como Audrey Galeti, 32, que abriu a Los Ticos há um ano em São Paulo.

Uma das estratégias da empresa é manter a produção dos sorvetes artesanal, reduzindo custos com transporte e facilitando a logística e abastecimento das lojas, diz.

A companhia tem cinco unidades próprias e espera abrir dez franquias em 2015. O investimento para entrar na rede é de R$ 400 mil.
"A paleta não é nada mais do que um ressurgimento do picolé, muito bem-feito. E, se é gostosa para o consumidor, não vai morrer."


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