Folha de S. Paulo


Dilma pressiona BNDES a liberar crédito a fornecedora da Petrobras

A presidente Dilma Rousseff determinou que o chefe do BNDES, Luciano Coutinho, destrave o mais rápido possível o crédito para financiar a construção de sondas pela Sete Brasil, maior parceira da Petrobras no pré-sal.

Em reunião na segunda (2) em Brasília, a petista exigiu que o titular do banco de fomento dê um jeito no financiamento à companhia sob risco de quebrar a empresa.

O BNDES resiste a autorizar a operação e exige mais garantias para liberar os recursos. O risco do negócio aumentou desde que a empresa foi envolvida no escândalo da Lava Jato. Boa parte dos estaleiros que trabalham para a Sete pertence a construtoras ligadas ao esquema investigado pela PF.

Criada para construir e depois alugar 28 sondas de perfuração de petróleo à petroleira, a Sete Brasil esperava bancar as primeiras unidades com recursos do banco de fomento. O problema é que, até hoje, o dinheiro não saiu.

Na avaliação do governo, um dos dos mais ambiciosos projetos do primeiro governo Dilma, orçado em US$ 25 bilhões (R$ 71,8 bilhões), corre o risco de quebrar.

Não é a primeira vez que Dilma cobra uma solução para o caso. O banco chegou a programar a assinatura do contrato diversas vezes, mas a celebração do acordo sempre acaba travada pela equipe de Coutinho, que exige mais garantias.

Para arcar com seus compromissos, a Sete precisou recorrer a empréstimos de curto prazo em bancos públicos e privados, mas já não consegue honrar alguns compromissos. O grupo de credores é formado por Itaú, Standard Chartered, Caixa Econômica, Banco do Brasil, Bradesco e Santander, entre outros.

Para assessores presidenciais, os técnicos do BNDES estão exagerando nas exigências e as cláusulas atuais são adequadas. A Petrobras fará uma revisão do projeto e reduzirá o tamanho da encomenda. Ainda não há estudo técnico para definir quantas sondas serão cortadas. Primeiro, o esforço será tirar a Sete da "UTI", conforme assessores presidenciais.


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