Devido à avaliação de que a greve dos caminhoneiros está praticamente terminada, o governo começará nessa segunda-feira (2) a concretizar as promessas feitas aos motoristas na semana passada.
Segundo a assessoria do Planalto, nessa segunda a presidente Dilma Rousseff irá sancionar, sem vetos, a chamada Lei dos Caminhoneiros e encaminhar ao Congresso as normas para suspender por um ano os pagamentos das dívidas de duas linhas de crédito do BNDES para adquirir caminhões – Finame e ProCaminhoneiro.
As duas propostas constavam de um pacote de medidas oferecido aos grevistas em troca do fim da paralisação. Não é certo se será feito um evento para divulgar as ações da presidente.
Para o Planalto, é possível dizer que a greve estava em seu final pois, segundo relatório das 20h deste domingo (1), restavam apenas nove bloqueios no país – um no Rio Grande do Sul e oito em Santa Catarina. A expectativa é que esse número chegue a zero rapidamente, disse a assessoria.
Constava no pacote ainda a garantia de que o preço do diesel não subirá nos próximos seis meses e a iniciativa, a ser realizada por caminhoneiros e empresas, de criar uma tabela referencial de fretes.
PROTESTOS
Com nove manifestantes presos no Rio Grande do Sul, o protesto de caminhoneiros, que bloqueia estradas do país desde o último dia 18, perdeu força neste domingo (1º).
No início da noite, havia 15 pontos de interdição parcial em quatro Estados -RS, SC, MT e MS-, sendo 13 em rodovias federais e 2 em estaduais.
No auge das manifestações, na quarta (25), havia bloqueios em 14 Estados, sendo 129 em rodovias federais e pelo menos 64 em estaduais.
O RS, que concentrou os protestos no fim de semana, tinha uma interdição na noite de domingo (1º). No Estado, um manifestante morreu atropelado no sábado (28) após tentar conter um caminhão que furou bloqueios
na BR-392, em São Sepé, a 265 quilômetros de Porto Alegre.
A repressão aumentou no RS após a morte do manifestante e consequente aumento de bloqueios naquele dia.
As nove prisões de caminhoneiros no Estado foram por incentivo à desordem ou desobediência à decisão judicial de desobstrução da pista.
Ações como a do RS se repetiram em outros Estados. Segundo a Polícia Federal Rodoviária, os policiais mantêm o monitoramento nas estradas com apoio da Força Nacional de Segurança Pública das polícias estaduais.