Folha de S. Paulo


Greve dos caminhoneiros chega a 11 Estados e bloqueia porto de Santos

Quase uma semana após ter começado na região Sul, o protesto dos caminhoneiros já provoca bloqueios em ao menos 11 Estados, afetando produção de alimentos, exportações e abastecimento de combustíveis.

Ainda sem liderança conhecida, os movimentos pedem redução no preço do diesel e do pedágio, tabelamento dos frentes e a sanção, por parte da presidente Dilma Rousseff, de mudanças na legislação que flexibilizam a jornada de trabalho.

O governo marcou uma reunião amanhã no Palácio do Planalto, para discutir com caminhoneiros e empresas de transporte (leia mais na página B3).

Nesta terça, o único viaduto de acesso de caminhões aos terminais do porto de Santos na cidade de Santos, na altura do quilômetro 64 da via Anchieta, foi interditado.

DEPREDAÇÃO

Por volta das 18h, um grupo de manifestantes começou a depredar caminhões, abrir compartimentos e derrubar carga na pista. Sete pessoas foram detidas.

Ainda não há previsão para liberação do viaduto.

O movimento ganhou a adesão também na Bahia, Ceará, Pará em São Paulo.

Caminhoneiros do Espírito Santo podem aderir à paralisação nesta quarta.

Nem mesmo decisões da Justiça Federal no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, obrigando a liberação das rodovias, surgiram efeito.

No Rio Grande do Sul, a Justiça determinou multa de R$ 5.000 por dia aos caminhoneiros que não deixarem as rodovias, mas a categoria decidiu manter a greve.

Em Palmeira das Missões (RS), agentes da Polícia Federal chegaram a tentar notificar os caminhoneiros, mas foram ignorados.

Responsáveis, em média, por 58% do transporte de mercadorias no país, segundo o Ministério dos Transportes, os caminhões têm participação ainda mais alta em setores como o de grãos.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, 65% do transporte da soja no país foi por esse meio em 2013.

No porto de Paranaguá (PR), por exemplo, o segundo maior exportador brasileiro, o movimento está abaixo do normal por causa da paralisação.

O escoamento da soja, em plena safra, está prejudicado. Neste terça, dos 925 caminhões previstos, apenas 67 chegaram.

Segundo a direção do porto, mesmo com o fim do movimento, deverá haver lentidão no escoamento da soja.

No Paraná e em Santa Catarina, a JBS decidiu paralisar oito unidades de produção de aves e suínos. O principal problema é a interrupção no fornecimento de grãos para a alimentação dos animais e de insumos, como embalagens.

Editoria de arte/Folhapress

Endereço da página: