Folha de S. Paulo


Por dívida, Justiça manda hipotecar sede da Petrobras, no Rio

A Justiça do Rio hipotecou a sede do tradicional prédio da Petrobras, no Centro do Rio, como garantia de pagamento de uma dívida com a Refinaria Manguinhos. A Petrobras reconhece a decisão da Justiça e diz que não há, por ora, risco de execução, porque foi dada em primeira instância.

A estatal diz que vai recorrer "assim que for notificada". "Não se pode falar em dívida, muito menos na possibilidade de calote", diz a companhia em nota.

Segundo o site do jornal "O Globo", que publicou primeiro a decisão da juíza Kátia Nascentes Torres, o valor da dívida é de R$ 935 milhões e se deve a uma indenização obtida pela política de preços de combustíveis que a estatal pratica.

A Petrobras não alinha seus preços à cotação internacional, para evitar impactos inflacionários. Nos últimos quatro anos, o prejuízo gerado é estimado em R$ 60 bilhões para a estatal.

Em 2005, incapaz de acompanhar os preços da Petrobras, com quem concorria no refino, Manguinhos acabou interrompendo as atividades. Voltou a operar em 2009 com biodiesel. Atualmente apenas comercializa etanol e encontra-se em recuperação judicial desde o ano passado.

Para a Petrobras, a hipoteca é uma garantia de condenação que, em sua avaliação, foi dada prematuramente. A estatal diz que está avaliando "os reflexos do prematuro ônus imposto pelo juízo de primeira instância", e que, depois, vai adotar "as medidas judiciais cabíveis".


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