Folha de S. Paulo


Empresário de biogás ganha aval de rede global de mentores

Um empresário brasileiro responsável pelo desenvolvimento de tecnologia que produz energia a partir de restos da cana-de-açúcar ingressou na rede internacional da Endeavor, organização internacional sem fins lucrativos de apoio ao empreendedorismo.

Alessandro Gardemann, 32, sócio da empresa paranaense Geo Energética, teve sua aprovação em painel global da organização na sexta-feira (6), em Cingapura.

Divulgação
Alessandro Gardemann, 32, fundador da Geo Energética
Alessandro Gardemann, 32, fundador da Geo Energética

Gardemann passou por banca de avaliação que contou com mentores da rede, como Edgar Bronfman Jr., ex-presidente da Warner Music Group, e Chris Zook, sócio da consultoria Bain & Company.

Ele terá agora acesso a mentores como esses para desenvolver sua empresa.

Para chegar à aprovação em Cingapura, a Geo Energética passou por duas etapas de seleção no Brasil.

A primeira foi com executivos mentores ligados à organização, e a segunda, com o conselho dela no Brasil, que inclui nomes como Beto Sicupira (Ambev) e Pedro Passos (conselheiro da Natura e colunista da Folha).

A Endeavor tem 135 empresas brasileiras entre suas 651 companhias. Um dos requisitos para ser aceito é ter crescido ao menos 20% por três anos seguidos.

ORIGEM DA IDEIA

Gardemann conta que a ideia de iniciar pesquisas sobre biogás foi de seus pais, nascidos na Alemanha, país que financia fontes de energia renováveis.

"Eu trabalhava em São Paulo, no mercado financeiro e, no início, era um pouco cético quanto a isso, via o biogás como algo de pequena escala", afirma.

Foram quatro anos de pesquisa até que, em 2008, abriu a empresa. Nos anos seguintes, ele criou um centro de pesquisas em Londrina (PR) e uma usina em Tamboara, no mesmo Estado.

Atualmente a empresa tem potencial para gerar 30 mil megawatts por hora, o que permite atender a uma cidade de 20 mil habitantes.

A produção de biogás é feita a partir de partes da cana-de-açúcar de menor valor em um processo em que são digeridas por bactérias.

O gás, se queimado, gera energia que pode ser usada como fonte de eletricidade ou como combustível.

A Geo Energética fatura cerca de R$ 8 milhões ao ano. São atualmente 45 funcionários no negócio.

Gardemann conta que seus planos atuais são ampliar a primeira unidade para duplicar sua capacidade de geração de energia.

Em cinco anos, o empresário diz esperar ter mais 20 usinas em operação.


Endereço da página: