Folha de S. Paulo


Acionista deve ter cuidado com euforia na Petrobras

O pequeno investidor deve tomar cuidado para não embarcar em momentos de euforia com a mudança na direção da Petrobras, como ocorreu na última terça (3), quando as ações subiram 15%.

Os papeis da empresa deverão ter forte oscilação ao sabor de boatos, sendo que alguns são plantados para mexer com o mercado.

Nesta quarta (4), as ações preferenciais (sem voto) chegaram a subir 7,8% logo após o comunicado sobre a renúncia da presidente Graça Foster, mas terminaram o dia com alta de apenas 0,2%. Já os papéis ordinários (com voto), que subiram 8,27%, fecharam em alta de 1,12%.

Grande parte da valorização da manhã foi devolvida à tarde pela venda maciça dos que compraram o papel para vendê-lo minutos após registrarem algum ganho. Lucrou mais quem vendeu antes.

Roberto Altenhofen, consultor da Empiricus, vê a saída de Foster e a perspectiva de entrada de um nome respeitado com cautela. "Quando a Graça assumiu, era vista como uma presidente que iria tomar o lugar de uma gestão irreal do [José Sérgio] Gabrielli [ex-presidente], que não cumpria metas havia dez anos. As ações subiram, mas deu no que deu", disse.

O consultor não recomenda a compra de ações da empresa, apesar de elas estarem em baixa. Para quem já comprou, sua recomendação é vender nos momentos favoráveis e recuperar parte do prejuízo em outra aplicação.

Erasmo Vieira, consultor financeiro, no entanto, sugere que quem já tem os papéis aguarde antes de vendê-los.

A compra de ações da empresa deve ser encarada, afirmou, como aplicação de alto risco, a ser feito por quem tem dinheiro sobrando. "É difícil saber o que está ocorrendo. O balanço não contabilizou as perdas com corrupção."

"Sem a definição [dos diretores], as ações continuarão com alta volatilidade. Uma decisão rápida e um nome forte são importantes para a Petrobras começar uma nova fase", disse Adriano Moreno, da AZ Futurainvest.


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