Folha de S. Paulo


Petrobras sobe após saída de Graça Foster, mas Vale pressiona Bolsa

A confirmação da renúncia de Graça Foster à Presidência da Petrobras faz as ações da estatal subirem nesta quarta-feira (4), mas a Vale pressiona para baixo a Bolsa brasileira, que oscila.

Às 11h12, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava perto da estabilidade, com leve queda de 0,16%, para 48.883 pontos. Das 68 ações listadas no índice, 33 tinham valorização, 31 queda e quatro se mantinham inalteradas no horário.

O destaque do dia são as ações da Petrobras, que sobem pelo terceiro dia seguido após a confirmação da saída de Graça Foster do comando da petrolífera. Às 11h15, as ações preferenciais da empresa, as mais negociadas, subiam 3,50%, para R$ 10,35. Os papéis ordinários, com direito a voto, tinham valorização de 3,77%, para R$ 10,16.

Logo após a confirmação da saída da presidente, os papéis preferenciais chegaram a subir 7,80% e os ordinários, 8,27%, mas perderam força.

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira que Graça e cinco diretores renunciaram a seus cargos, conforme antecipado pela Folha na terça-feira.

Em comunicado divulgado na manhã desta quarta, a empresa informou que o conselho de administração da estatal se reunirá na próxima sexta-feira (6) para eleger nova diretoria.

"As ações sobem principalmente porque tiveram um desconto muito grande no preço após os investidores perderem a confiança nos diretores da empresa. Não que eles agissem de má fé, mas, por melhor que fossem, perderam a credibilidade do mercado", afirma Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Corretora.

"Quando a empresa anuncia que vai trocar a administração, sinaliza para o mercado que quer chegar próximo de uma transparência um pouco melhor do que a que teve até agora", completa. Para Cardoso, o escolhido deve ser um bom gestor e alinhado com o mercado. "Ninguém vai assumir sem saber o tamanho do buraco", diz.

As ações da Vale caem após três pregões seguidos de alta. Às 11h09, os papéis preferenciais tinham queda de 1,32%, para R$ 17,81, e os ordinários caíam 1,10%, para R$ 20,64, no mesmo horário.

No exterior, a China decidiu nesta quarta-feira cortar os compulsórios, volume de dinheiro que os bancos devem manter como reservas. É o primeiro corte abrangente para o setor em mais de dois anos e meio, conforme aumenta esforços para fortalecer o crescimento da segunda maior economia do mundo.

A taxa de compulsório será reduzida em 0,5 ponto percentual, disse o Banco do Povo da China em comunicado em seu site. O corte entrará em vigor a partir de 5 de fevereiro e levará a taxa de compulsório para grandes bancos a 19,5%.

CÂMBIO

O dólar opera em queda em relação ao real nesta quarta-feira. Às 11h13, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, caía 0,29%, para R$ 2,70. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha leve alta de 0,25%, para R$ 2,701, no mesmo horário.

O Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, vendendo 2.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 800 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.200 contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 98 milhões.

O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de março, que equivalem a US$ 10,438 bilhões, com oferta de até 13.000 contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 12% do lote total.


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