Folha de S. Paulo


Ministro de Energia recomenda que brasileiros reduzam consumo

O ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) recomendou que os brasileiros reduzam o consumo de energia elétrica.

"Não é racionamento. Nós temos energia. Ela existe, mas é cara", afirmou.

Segundo Braga, "do mesmo jeito que estamos vendo a realidade em São Paulo, em que o consumidor está tendo que reduzir gasto de água porque há um problema hídrico, o setor elétrico está sendo vítima do ritmo hidrológico".

Para o ministro, os aumentos que virão nas contas, principalmente por meio do novo sistema de bandeiras tarifárias, indicarão ao consumidor que esse recurso está mais escasso e que é preciso diminuir gastos.

"Se pudermos economizar, se pudermos controlar isso [esses gatos], ajuda para que possamos ter eficiência energética", explicou.

O ministro defende que a redução do consumo e de gastos na área elétrica trazem impactos positivos até sobre a tarifa.

A pasta entende que o ritmo hidrológico está alterado, já que os reservatórios de água neste ano estão menores que em 2014. No entanto, o ritmo das chuvas não estaria "tão ruim quanto ano passado", segundo apontou Eduardo Braga.

O ministro defendeu ainda que se combata a ineficiência elétrica, que pode ocorrer dentro da casa das pessoas, por meio do uso de equipamentos que consomem grandes quantidades de energia.

Ao mesmo tempo, ele disse que pretende trabalhar com a ineficiência "da porta para fora", trabalhando com as distribuidoras para modernizar a rede de distribuição, que inclui cabeamentos, transformadores e a iluminação pública como um todo.

"São vários os setores que vão ser acionados para aumento eficiência", disse.

CONTINGENCIAMENTO

Na tarde desta quarta-feira (14) o ministro esteve reunido com Nelson Barbosa (Planejamento) para discutir os efeitos do contingenciamento sobre o Ministério de Minas e Energia.

Braga defendeu que os investimentos não serão cortados, porque são feitos, em sua maioria, por meio de leilões e concessões.

Ele também informou que gastos com as fiscalizações da Aneel estão mantidos.

"Estamos falando dos gastos do funcionamento e controle dos gastos públicos no funcionamento do ministério", afirmou.

"Acho que o ministério conseguirá se adequar com alguma tranquilidade às recomendações".

Está nos planos do ministro ainda a discussão futura sobre o plano de carreira dos analistas e técnicos.

"A qualificação tem que ser continuada para ter capacidade de interagir com um setor que se moderniza", justificou.


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