Folha de S. Paulo


Economistas preveem inflação acima do teto da meta em 2015

Economistas de instituições financeiras praticamente não mudaram nesta semana suas projeções para a economia brasileira, ainda enxergando que a inflação vai estourar o teto da meta oficial em 2015 diante de um cenário de dólar mais valorizado.

A projeção para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 2015 recuou levemente 0,01 ponto percentual, a 6,53%, enquanto que para este ano permaneceu em 6,38%, de acordo com pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (29). A meta é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

A inflação tem rondado o teto da meta há meses. O IPCA-15, prévia do indicador oficial de inflação, acelerou a alta a 0,79% em dezembro, e encerrou o ano com alta de 6,46%.

DÓLAR

O Focus mostrou também que as perspectivas para o dólar voltaram a piorar para 2015, atingindo R$ 2,80, frente a R$ 2,75 no levantamento anterior. Para 2014, a projeção foi mantida em R$ 2,65.

O BC tem argumentado que tanto o câmbio quanto os preços administrados vão continuar pressionando a inflação que, segundo a autoridade monetária, só vai convergir para o centro da meta no final de 2016.

O Focus mostrou que as contas para os preços administrados em 2015 cresceram, com alta de 7,80%, sobre 7,60% na semana anterior.

JUROS

Em relação à Selic, os especialistas consultados mantiveram a perspectiva de que a taxa básica de juros, atualmente em 11,75%, terminará o próximo ano a 12,50%.

Os economistas consultados na pesquisa do BC aumentaram um pouco a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 a 0,14%, contra 0,13% no levantamento anterior. Para 2015 a estimativa de expansão permaneceu em 0,55%.

A economia brasileira iniciou o quarto trimestre em queda depois de ter saído da recessão técnica, apontou o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) do próprio Banco Central ao recuar 0,26% em outubro sobre o mês anterior.

A projeção para a balança comercial em 2014 foi piorada pela terceira vez seguida na pesquisa Focus, para déficit de US$ 2 bilhões de dólares, contra resultado negativo de 1,86 bilhão de dólares na semana anterior.


Endereço da página: