Folha de S. Paulo


Pequeno investidor deve ter cuidado antes de participar de processo de IPO

A forte turbulência sofrida em 2014 derrubou a participação de pessoas físicas na Bolsa ao menor patamar em 16 anos. A perspectiva de lançamentos de ações no próximo ano pode atrair esses investidores, principalmente se houver ofertas de empresas conhecidas.

"A empresa vai ter que contar sua história de sucesso lembrando que muitos desses investidores perderam dinheiro em empresas que nunca imaginaram, como Vale e Petrobras", diz Antonio Felix de Araujo Cintra, sócio na área de mercado de capitais do TozziniFreire.

Além dessas duas gigantes, o declínio do império X, do empresário Eike Batista, também contribuiu para afugentar as pessoas físicas da Bolsa. Eike era visto como modelo de sucesso por muitos desses investidores.

Para Luiz Barsi, economista e maior investidor pessoa física em Bolsa do Brasil, o mercado está difícil para o investidor não profissional se aventurar em um lançamento de ações. "As novas empresas não têm um histórico de produzir resultados, distribuir proventos", afirma.

Essa também é a avaliação de Alexandre Wolwacz, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer. "Todo mundo que comprou ações nos últimos anos não está feliz. Assim, quando entra uma empresa querendo fazer IPO, mesmo que seja uma companhia conhecida e com futuro promissor, provavelmente não será suficiente."

PRECAUÇÕES

Mas quem vislumbrar oportunidades no mercado deve tomar algumas precauções. A primeira é ler com cuidado o prospecto da oferta pública de ações.

O documento traz, entre outras informações, os riscos a que a empresa está sujeita e outros fatores que podem influenciar os papéis.

O investidor com dúvida deve pedir ajuda à corretora ou ao banco para avaliar informações sobre a companhia de interesse.

Além disso, é importante se informar sobre as perspectivas para o setor ao qual a empresa pertence e eventuais influências do exterior.

Para investir, é preciso ter conta em uma corretora ou em um banco. A abertura da conta não envolve custos, mas há cobrança de taxas, como de corretagem e custódia, para cada operação de compra e venda.

Também é preciso se inscrever para participar -é o chamado cadastro no período de reserva. Isso é feito pela corretora ou pelo banco no prazo estipulado pela emissora dos papéis.


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