Folha de S. Paulo


Aluguel residencial em SP sobe abaixo da inflação e beneficia locatário

Os contratos de aluguel residencial assinados em novembro na cidade de São Paulo foram reajustados em 2,5%, na comparação com novembro de 2013, segundo dados do Secovi-SP, o sindicato do mercado imobiliário.

É a menor alta registrada para 12 meses, desde dezembro de 2005, início da série. O aumento ficou abaixo da inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) para o mesmo período, que foi de 3,7%. O indicador é usado como referência para aluguéis.

Com muitos empreendimentos sendo entregues e uma produção maior do que a demanda, quem comprou um imóvel para investir acaba alugando por um valor mais baixo do que planejava.

"O mercado imobiliário se adequa à realidade da economia brasileira, com PIB baixo e incertezas para o ano que vem", diz Mark Turnbull, diretor de locação do Secovi-SP.

Além disso, o número de imóveis residenciais novos vendidos de janeiro a outubro caiu 44,7%, ante 2013, segundo dados do Secovi.

"Com a maior oferta de unidades, as pessoas demoram mais para assinar um contrato de locação", diz Turnbull.

Para ele, a tendência é que os preços de locação até o final de 2014 se mantenham abaixo da variação do IGP-M.

Em outubro, a alta acumulada pelo índice de aluguéis novos também ficou abaixo do IGP-M, mas a diferença era menor do que a de novembro. O índice teve alta de 2,8% –o IGP-M, de 3,0%.

'NOVA REALIDADE'

Segundo analistas de mercado, ao perceberem o aumento da oferta de imóveis, os proprietários começaram a se adequar a uma nova realidade e reduziram os novos contratos para segurar o interessado em alugar.

Para Carolina Mussi, diretora da imobiliária Lopes, há uma tendência de acomodação de preços no ano, em relação a 2013, o que é vantagem para quem quer alugar,

Ela ressalta que mesmo em bairros onde a procura ainda é grande, como no Itaim Bibi, Vila Olímpia e Jardins, não se percebe alta nos aluguéis.

"Muitos prédios foram entregues neste ano, quem tenta pedir um valor muito alto pelo imóvel acaba com o apartamento fechado", diz.

Na comparação mês ante mês anterior, os contratos tiveram valores 0,6% acima dos assinados em outubro.

Ainda de acordo com o levantamento, as casas foram alugadas em um prazo médio de 15 a 35 dias. Já os apartamentos, entre 22 e 46 dias.


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