Folha de S. Paulo


Reguladores multam bancos em US$ 4,3 bi por irregularidades cambiais

Órgãos supervisores dos Estados Unidos, Reino Unido e Suíça impuseram sanções no valor de US$ 4,3 bilhões a seis grandes bancos, incluindo UBS, HSBC e Citigroup, nesta quarta-feira (12), por não terem impedido seus operadores de tentar manipular os mercados de câmbio, de acordo com informações do Financial Times.

O regulador dos Estados Unidos, Commodity Futures Trading Commission (CFTC), multou as instituições financeiras por "tentativa de manipulação e cumplicidade nas tentativas de outros bancos de manipular divisas".

A multa total emitida pelas autoridades americanas chegou a US$ 1,4 bilhão.

O Royal Bank of Scotland e o JP Morgan também foram multados por tentativas de manipulação no mercado de moedas, após investigação de um ano que colocou o mercado diário de US$ 5 trilhões em rédeas mais curtas, com dezenas de operadores suspensos ou demitidos.

Já a Autoridade de Conduta Financeira (FCA, por sua sigla em inglês) do Reino Unido multou em 1,114 bilhões de libras (US$ 1,77 bilhão) os cinco bancos por "falta de controle nas operações do mercado de divisas Forex".

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (10), o regulador britânico afirmou que a falta de controle "prejudica a confiança no sistema financeiro do Reino Unido e põe em perigo sua integridade".

O regulador acrescentou que realiza uma investigação separada sobre a atividade do banco britânico Barclays.

"As multas de hoje mostram a gravidade dos problemas que encontramos e as empresas necessitam assumir a responsabilidade para corrigir isso. Precisam assegurar que seus agentes não jogam com o sistema para aumentar seus lucros", disse hoje o executivo-chefe do regulador britânico, Martin Wheatley.

MAIOR PENA

O suíço UBS recebeu a maior pena, pagando US$ 661 milhões à Autoridade de Serviços Financeiros da Grã-Bretanha e à Comissão de Negócios de Futuros de Commodity dos Estados Unidos.

Por último, a autoridade da Suíça, a Finma, também multou o UBS por "suspeita de abuso de mercado em relação ao comércio de divisas" em 111,4 milhões de euros (US$ 138,39 milhões).

Segundo os organismos reguladores, alguns funcionários do banco em Zurique tentaram manipular as taxas de câmbio de referência através da partilha de informação confidencial sobre as ordens dos clientes até outubro de 2013. Para a Finma, eles "atuaram contra os interesses de seus clientes", por isso o UBS "violou gravemente" os requisitos de uma adequada conduta empresarial.

A autoridade sueca iniciou uma investigação sobre a conduta de 11 pessoas.

OUTRO CASOS

Em outubro, a Comissão Europeia impôs uma multa de 61,6 milhões de euros (US$ 78,5 milhões) ao banco americano JP Morgan por, junto ao Royal Bank of Scotland (RBS) fixar a taxa libor em francos suíços entre março de 2008 e julho de 2009.

A libor (London Interbank Offered Rate) é uma taxa de referência calculada com base nas taxas de juros oferecidas para grandes empréstimos entre os bancos internacionais que operam no mercado londrino. É muito utilizada em transações internacionais.

Entre seis e 18 bancos a fixam em função da demanda de empréstimos interbancários.

Segundo o comissário responsável pelo caso, Joaquin Almunia, JP Morgan e RBS "se colocaram de acordo" sobre essa taxa "em vez de competirem entre eles". Esse tipo de acordo está proibido pelas regras de concorrência.


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