A retomada das contratações no segundo trimestre em todo o país, depois de um volume elevado das dispensas de empregos temporários no início do ano, contribuiu para a queda na taxa de desemprego nacional no período, segundo a Pnad Contínua referente, divulgada nesta quinta-feira (6) pelo IBGE.
No segundo trimestre, a taxa de desemprego ficou em 6,8%, inferior aos 7,1% registrados no primeiro trimestre.
Essa recuperação entre os semestres, porém, foi mais fraca do que em 2013. No ano passado, a taxa de desemprego passou de 10% para 9,3%.
"A recuperação se deve a um fator sazonal. Os dados do mercado de trabalho mostram queda na desocupação, embora essa queda tenha ocorrido em um nível menor, mas é um resultado favorável. Foram gerados 1,5 milhão de empregos em um ano", diz Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do instituto.
Editoria de Arte/Folhapress |
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O resultado interrompe a tendência de aumento no desemprego, que teve um pico no segundo trimestre do ano passado, caiu nos dois trimestres seguintes e havia voltado a subir nos três primeiros meses deste ano.
A Pnad Contínua é uma pesquisa sobre o mercado de trabalho realizada trimestralmente, com coleta de dados em todo o país –diferentemente, portanto, da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), que coleta informações de apenas seis regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre. Não há coleta, por exemplo, no Centro-Oeste ou no Norte, na PME.
DESEMPREGADOS
O contingente de desempregados no país somou 6,8 milhões, 3% inferior ao verificado nos três primeiros meses deste ano, quando era de 7 milhões e 7% menor do que o registrado em igual período de 2013.
Em termos regionais, o maior contingente de desempregados na população é verificado no Nordeste: 8,8%, e a menor, no Sul, 4,4%. No Sudeste, 6,9% estão desocupados; no Centro-Oeste, são 5,6%; e no Norte, 7,2%.
Já o total de ocupados atingiu 92,1 milhões, volume superior ao primeiro trimestre do ano, quando foi de 91,2 milhões. No mesmo período do ano passado o total era de 90,3 milhões.
A formalização no mercado de trabalho também mostrou melhora. O percentual de trabalhadores com carteira assinada subiu do patamar de 77,7%, no primeiro trimestre, para 78,1%.
FORA DO MERCADO
Em todo o país, 38,9% das pessoas com idade para trabalhar estão fora do mercado de trabalho, ou seja, não têm ocupação nem estão em busca de emprego.
Das cinco regiões, esse contingente é maior no Nordeste, onde 43,1% da população com idade para trabalhar estão fora da força de trabalho, acima da média nacional.
Depois do Nordeste, os maiores níveis são verificados, por ordem, no Norte, com 38,7%; no Sudeste, com 37,9%; no Sul, com 36,2%, e no Centro-Oeste, com 34,8%.
ATRASO
Os resultados da Pnad Contínua do 2° trimestre saem com quase três meses de atraso. Servidores do IBGE fizeram uma greve de 77 dias, entre maio e agosto, pedindo aumento salarial, reposição de trabalhadores aposentados, classificação do instituto como órgão de estado e maior autonomia técnica.
A greve desencadeou uma crise no instituto.
Como consequência, os dados da pesquisa do terceiro trimestre também deverão sair com atraso.