Folha de S. Paulo


Claro, TIM e Vivo arrematam lotes nacionais do leilão de internet 4G

Claro, Tim e Vivo arremataram nesta terça-feira (30) os três lotes nacionais leiloados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para expansão do serviço de internet 4G no país, com lances que somaram R$ 5,821 bilhões.

O governo esperava arrecadar ao menos R$ 7,7 bilhões com o leilão, valor correspondente ao arremate de todos os lotes nacionais e regionais pelo valor mínimo. O Tesouro conta com esse montante extra para fechar as contas do ano.

Foi o segundo leilão do tipo no Brasil. O primeiro, ocorrido em 2012, ofereceu frequências de 2,5 GHz, que servem para transportar dados "pesados" em alta velocidade. O leilão desta terça-feira (30) vendeu frequências na faixa de 700 MHz, que têm maior alcance.

PRIMEIRO LOTE

Ao custo de R$ 1,947 bilhão, a Claro ficou com o primeiro lote que, segundo especialistas, é a melhor faixa de cobertura porque deve sofrer menos interferência dos canais de TV. O valor superou em R$ 20 milhões o preço mínimo estabelecido pelo governo, com ágio de 1%.

Durante a abertura de envelopes, na sede da Anatel, em Brasília, a Telefônica/Vivo apresentou o preço mínimo, de R$ 1,927 bilhão, para o primeiro lote. Já a TIM arredondou o valor para R$ 1,928 bilhão. O maior lance foi o da Claro.

A empresa Algar, quarta participante do leilão, sequer apresentou garantias para esse lote, sem interesse no lote de cobertura nacional.

Durante o processo, a Telefônica/Vivo e a TIM optaram por não fazer lances maiores, desistindo da disputa.

SEGUNDO LOTE

O segundo lote ficou com a TIM. O valor pago pela empresa foi de R$ 1,947 bilhão, com ágio de 1%.

A Claro não poderia ter participado da disputa, já que arrematou o primeiro lote.

Já a Telefônica, que ofereceu o preço mínimo, de R$ 1,927 bilhão, não fez nova proposta.

TERCEIRO LOTE

O terceiro e último lote nacional ofertado pela Anatel para cobertura de internet 4G no país foi arrematado pela Telefônica/Vivo.

A empresa pagou o preço mínimo estabelecido em edital: R$1,927 bilhão.

A empresa de telefonia Algar arrematou o segundo lote regional de internet 4G. Esse foi o único dos regionais para o qual houve interessados. A companhia pagou o preço mínimo fixado pelo governo: R$ 29,567 milhões.

CARACTERÍSTICA DOS LOTES

A Anatel realizou nesta terça-feira o segundo leilão de internet 4G do país, com ofertas de três lotes para cobertura nacional e três para cobertura regional.

O primeiro lote nacional era visto como o mais interessante pelas empresas, por causa da menor interferência dos canais de televisão. Mesmo assim, as empresas não fizeram grandes esforços durante o pregão para arrematar nenhuma das opções.

Após a abertura dos envelopes, com as propostas iniciais das empresas, não houve sequer um lance. Os vencedores acabaram sendo os que inicialmente apresentaram melhor preço.

O segundo e o terceiro, também de cobertura nacional, devem exigir mais das teles na implantação da rede, segundo especialistas, pois podem apresentar mais problemas de interferência. O lance mínimo para cada um dos três primeiros lotes era de R$ 1,927 bilhão.

OI

Empresas do setor como Oi, Nextel e Sercomtel nem sequer se habilitaram para participar do processo, o que reduziu a disputa.

A Oi surpreendeu ao anunciar na semana passada que não iria participar da leilão, tornando-se a única grande operadora fora dos lances.

Em comunicado publicado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a empresa afirmou já ter infraestrutura disponível "para atender à crescente demanda por dados móveis" de seus clientes.

Para analistas, no entanto, por trás da decisão também há preocupação da empresa com seu alto nível de endividamento, que é de R$ 46 bilhões. A medida ainda reforça a avaliação de que a Oi planeja a fusão com a TIM.

Em agosto, a Oi informou ao mercado ter contratado o banco BTG Pactual para viabilizar uma proposta de aquisição de participação indireta da Telecom Italia na TIM.

Segundo a Folha apurou, diante dessa possibilidade, a desistência serviria para evitar mais empecilhos regulatórios na operação. A Anatel limita o uso do espectro por empresa, justamente para evitar concentração de mercado.

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4G
É a mais avançada tecnologia para conexão à internet. As operadoras de telefonia podem oferecer esse serviço em aparelhos móveis como smartphones e tablets. O 4G tende a ser dez vezes mais rápido que o 3G, segundo especialistas.

ACESSO AO 4G
Para acessar a tecnologia é preciso contratar um plano por meio de uma operadora de telefonia. O aparelho (celular ou tablet) deve ser compatível com o sinal usado no Brasil. O 4G não funciona em todos os locais do país, embora capitais e grandes cidades já sejam cobertas pelo serviço.

INTERNET 4G NO BRASIL
O serviço disponível no país é operado por meio da faixa de frequência de 2,5 GHz (gigahertz), que foi leiloada em 2012 pela Anatel. O segundo leilão da tecnologia, que ocorreu nesta terça-feira, permite a expansão do serviço, a melhoria da qualidade e a inclusão de mais clientes. No leilão, foram vendidas frequências na faixa de 700 MHz (megahertz), que têm maior alcance. As teles podem cobrir a mesma área com um número menor de antenas.

TVs
A faixa de 700 MHz é ocupada hoje por canais de TV analógicos, que por essa infraestrutura transmitem sua programação. Com a digitalização desses canais, a faixa será desocupada, dando lugar às operadoras para implantarem o serviço de 4G.


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