Folha de S. Paulo


São Paulo estuda reabrir em janeiro hidrovia usada para transporte de soja

O Brasil pretende reabrir em janeiro uma hidrovia importante para o transporte de soja e outras matérias-primas, que está muito rasa para navegação desde o final de maio, afirmou o governo do Estado de São Paulo nesta sexta-feira (26).

Para reduzir o impacto da pior seca no Sudeste do país nas últimas décadas, o governo pretende diminuir a quantidade de água utilizada por três usinas hidrelétricas ao longo da hidrovia Tietê-Paraná, de acordo com um comunicado do Departamento de Transportes do Estado de São Paulo.

Os agricultores pediram ao governo para reduzir a geração de eletricidade ao longo do Tietê e aumentá-la em regiões que receberam mais chuvas.

Exportadores de produtos agrícolas, incluindo a Cargill, disseram em junho que tiveram que contratar caminhões para transportar as suas mercadorias pelo trajeto total até o principal terminal de exportação de soja do Brasil, o Porto de Santos.

Yago Monteiro - 19.fev.2014/Folhapress
Nível da hidrovia Tietê-Paraná está abaixo do normal, impedindo o transporte de cargas
Nível da hidrovia Tietê-Paraná está abaixo do normal, impedindo o transporte de cargas

Isso elevou os custos de transporte entre 10% e 12% para aqueles que normalmente utilizavam a hidrovia, e os agricultores receberam menos pela soja, como resultado, de acordo com a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja).

O plano divulgado na sexta-feira foi aprovado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema).

RESERVATÓRIOS

A seca de dezembro a fevereiro danificou as lavouras do Sudeste e estimulou preocupações de racionamento de energia em um país que gera a maior parte de sua eletricidade a partir de hidrelétricas.

O ONS informou que espera chuvas a 89% do patamar histórico nos reservatórios do Sudeste, e chuvas acima da média no Sul do Brasil, em outubro.

Os níveis dos reservatórios estiveram em 30,3% da sua capacidade máxima, em agosto, o menor nível para o mês em 15 anos, de acordo com o ONS. Desde então, caíram para 25,8%.

O Brasil vai começar a colheita de sua safra 2014/15 de soja em janeiro, e a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) previu na quinta-feira (25) exportação recorde de 48 milhões de toneladas.


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