Folha de S. Paulo


'Prévia da inflação' supera projeções, mas mercado vê IPCA dentro da meta no ano

O IPCA-15 de setembro veio acima do esperado pelo mercado e marcou o fim do período de queda dos preços dos alimentos, em deflação nos últimos meses. Apesar da piora do cenário, porém, analistas ainda preveem um índice ao final do ano pouco abaixo do teto da meta de 6,5%.

O índice, prévia da inflação oficial do país, subiu 0,39% em setembro, mais do que a variação em agosto (0,14%). A taxa superou a previsão média de analistas, de 0,34%, apurada pela Bloomberg.

O resultado em 12 meses corresponde à maior variação desde junho do ano passado, quando foi registrado 6,67%. Já a taxa de setembro é a maior desde junho deste ano, quando foi de 0,47%.

Para o índice acumulado no período de um ano, a expectativa do mercado apontava para 6,57%, mas o índice ficou acima: 6,62%.

ALIMENTOS

"O destaque [de setembro] fica a cargo do fim do efeito deflacionário do grupo alimentação [de -0,32% para 0,28%], haja vista a elevação de carnes e alimentação fora do domicílio", diz a consultoria Rosenberg e Associados.

Apesar da retomada dos preços dos alimentos e do fim da quedas da gasolina (de uma deflação de 0,25% em agosto para uma alta de 0,15% em setembro), a consultoria espera um IPCA fechado neste ano de 6,3%.

A fase de deflação e o fim do período de impacto da Copa do Mundo sobre os preços dos serviços, afirma a Rosenberg, ajudou a manter a inflação dentro da meta.

O IPCA-15 de setembro também superou a projeção da LCA, embora a consultoria tenha acertado ao prever o fim da deflação dos alimentos e as altas de transportes, vestuário e despesas pessoais.

A consultoria prevê também que o IPCA fique pouco abaixo da meta do governo.

Elson Teles, economista do Itaú, diz que "com base nos dados do IPCA-15 e de outras informações" a projeção para o IPCA de setembro foi ajustada para cima. Passou de de 0,37% para 0,47%.

Com isso, a taxa em 12 meses subiria para 6,64%.

Para o ano de 2014, o banco mudou sua previsão de 6,3% para 6,4%, ou seja, ainda mais perto do teto da meta.


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