Folha de S. Paulo


Bolsa cai após Datafolha mostrar acirramento na corrida eleitoral

O principal índice da Bolsa brasileira opera no vermelho nesta sexta-feira (19), após pesquisa Datafolha mostrar acirramento na corrida pelo Planalto, o que pressiona principalmente as ações das estatais.

Às 12h15 (de Brasília), o Ibovespa perdia 0,70%, para 57.966 pontos. O volume financeiro era de R$ 1,553 bilhão. Apesar deste desempenho, o índice caminha para fechar a semana com valorização.

Pesquisa Datafolha mostrou que a presidente Dilma Rousseff (PT) se fortaleceu mais um pouco na disputa eleitoral. A dianteira de Dilma sobre Marina Silva (PSB) no primeiro turno agora é nítida. O que até a semana passada ainda era um empate técnico se transformou numa inédita vantagem de sete pontos: 37% a 30%.

No teste de segundo turno, a tendência é parecida. A dianteira de Marina sobre Dilma nunca foi tão baixa: 46% a 44%, um empate técnico. No fim de agosto, a vantagem da candidata do PSB era de dez pontos (50% a 40%).

"Acreditamos que a Bolsa já tenha precificado em grande parte esta pesquisa. Não acreditamos em grandes impactos hoje, pois o Ibovespa apresentou queda de 1,24% (ontem). Mesmo a pesquisa sendo marginalmente positiva para Dilma, positiva para Aécio Neves (PSDB) e marginalmente negativa para Marina, a queda foi dentro da margem de erro", diz o analista Ricardo Kim, da XP Investimentos, em relatório.

"Aliado a isso, vale ressaltar a importância da Dilma abrir boa vantagem no 1º turno, pois o 2º turno será 'outro jogo' com Marina tendo mesmo tempo de TV que a Dilma e probabilidade grande da oposição unir forças, dai a necessidade da Dilma abrir uns 10 p.p. de vantagem no 1º turno", completa o analista.

De acordo com o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), há novas pesquisas registradas com divulgação prevista para a próxima semana, como Vox Populi, MDA/CNT (Confederação Nacional do Transporte) e Ibope.

As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras tinham, às 12h15, desvalorização de 1,69%, para R$ 20,93 cada uma. No mesmo horário, o Banco do Brasil mostrava baixa de 2,01%, a R$ 32,02. Já o papel ordinário (com direito a voto) da Eletrobras perdia 2,19%, para R$ 7,57.

O setor financeiro, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, ajudava a pressionar o índice. O Itaú Unibanco registrava desvalorização de 1,83%, para R$ 37,96, enquanto a ação preferencial do Bradesco tinha baixa de 1,54%, para R$ 38,30.

A ação da Telefônica Brasil tem queda de 0,60%, para R$ 50,99. A Vivendi anunciou pela manhã que chegou a um acordo para vender a GVT, sua operadora no Brasil, para os espanhóis da Telefónica, em um acordo avaliado em € 7,2 bilhões (cerca de US$ 9,3 bilhões).

CÂMBIO

No câmbio, o dólar voltava a ganhar força sobre o real com investidores testando a tolerância do Banco Central à escalada recente da moeda americana. O movimento era limitado pelo ambiente global de menor aversão ao risco, após a Escócia votar contra a proposta de se separar do Reino Unido.

Às 12h15, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,57%, para R$ 2,373. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 0,33%, também para R$ 2,373.

O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 swaps (operação que equivale a uma venda futura de dólares), sendo 1.400 com vencimento em 1º de setembro de 2014 e 2.600 com vencimento em 1º de junho de 2014, pelo total de US$ 198 milhões.

A autoridade também promoveu um novo leilão para rolar 6.000 swaps que venceriam em 1º de outubro, por US$ 296 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 44% do lote total de contratos com prazo para o primeiro dia do mês que vem.


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