Folha de S. Paulo


Funcionários dos Correios entram em greve em sete Estados

Funcionários dos Correios entraram em greve nesta quinta-feira (18) em sete Estados do país, segundo a Fentect, federação que reúne os sindicatos regionais da categoria. Estão paralisados os trabalhadores do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Sergipe, Tocantins e Roraima.

Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial real de 8%, enquanto a empresa oferece uma gratificação de R$ 200 para as menores faixas salariais e aumento de 6,5% para os rendimentos maiores que R$ 3.077, para fazer frente à inflação acumulada em 12 meses (6,51% em julho, segundo o IBGE). O aumento será pago por meio de gratificação de incentivo à produtividade.

Os Correios confirmam a greve nos sete Estados, mas informam que toda a rede de atendimento e serviços, incluindo o Sedex e o Banco Postal, estão disponíveis. A companhia também afirma que no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais a paralisação está limitada às regiões metropolitanas de Porto Alegre e Belo Horizonte.

Caso as correspondências atrasem, os consumidores devem negociar com as empresas credoras para evitar o pagamento de multas e juros.

Segundo levantamento feito pela empresa, 97% do efetivo dos Correios está trabalhando nesta quinta, o que corresponde a 122.037 empregados. Além disso, dos 19.407 carteiros que trabalham nos Estados em greve, 2.970 (21,72%) não compareceram ao trabalho.

A companhia afirma que está realizando o deslocamento de empregados, contratando mão de obra temporária e realizando horas extras para garantir o serviço nas áreas em greve.

Dez outros sindicatos regionais estão em estado de greve e irão realizar assembleias para decidir se irão aderir à paralisação. A associação do Paraná irá avaliar a proposta e a greve dos outros sindicatos em assembleia nesta quinta, mas só decidirá na próxima terça-feira (23). Os trabalhadores do Ceará irão votar nesta sexta-feira (19), com indicativo de greve para a semana que vem.

Já os sindicatos do Amazonas, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Piauí, São José do Rio Preto (SP), Campinas (SP) e Vale do Paraíba (SP) farão assembleia na próxima terça-feira (23).

Em greve, o sindicato do Rio de Janeiro demanda uma gratificação de R$ 300. Já a associação que representa os trabalhadores de São Paulo optou por aceitar a proposta pelos Correios e suspender a greve prevista para começar nesta semana.

PROPOSTA

Joel Arcanjo, um dos diretores da Fentect, afirma que a gratificação como incentivo à produtividade oferecida pelos Correios possui um cálculo complexo e não representará um aumento real do salário para todos os funcionários ainda este ano.

"Seria só para maio o aumento real em todas as rubricas, em todos os rendimentos do trabalhador", afirma.

Já os Correios informam que o benefício de R$ 200 será concedido aos funcionários de salário entre R$ 1.084 a R$ 3.077. A companhia afirma que a medida representa um aumento de cerca de 20% sobre o salário base e abrange 91 mil trabalhadores, cerca de 90% do efetivo da empresa.

A proposta inclui ainda reajuste da cesta básica, que passa para R$ 188,58 e três unidades extras de vale refeição por mês.

OUTROS ESTADOS

A maioria dos sindicatos de funcionários dos Correios aceitou a proposta apresentada pela empresa.

Os Estados e municípios que não irão entrar em greve são: Acre, Alagoas, Amapá, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, São Paulo, Rondônia, Rio Grande do Norte, Juiz de Fora (MG), Ribeirão Preto (SP), Santa Maria (RS), Santos (SP), Uberaba (MG) e Bauru (SP).

Já o Sincotelba, da Bahia, ainda não acatou a proposta dos Correios, mas não está em greve.

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RAIO-X DA GREVE
SALÁRIO NOS CORREIOS de R$ 1.084,35 a R$ 7.168, 24 no nível médio e de R$ 3.855,47 a R$ 15.841,19 no nível superior
O QUE PEDEM OS GREVISTAS reajuste salarial real de 8%
O QUE OFERECE A EMPRESA gratificação de R$ 200 para as menores faixas salariais e aumento de 6,5% para os rendimentos maiores que R$ 3.077

*referência inicial de salário-base


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