Folha de S. Paulo


Telefónica faz oferta maior que Telecom Italia na disputa por GVT

A Telecom Italia e a espanhola Telefónica apresentaram na manhã desta quinta-feira as suas propostas para comprar a operadora brasileira GVT, que pertence ao grupo francês Vivendi.

A companhia espanhola ofereceu € 7,45 bilhões, proposta superior à da italiana, de R$ 21 bilhões (€7 bilhões).

A proposta será avaliada também nesta quinta (28) pelo conselho da Vivendi.

As ofertas envolvem não só dinheiro, mas também a participação acionária da Vivendi nas empresas.

Pela proposta da Telecom Italia, a francesa ficaria com 15% da TIM após a fusão com a GVT (os italianos manteriam uma fatia de cerca de 60%), além de 20% das ações ordinárias da Telecom Italia.

Pelos cálculos dos italianos, a proposta deles envolve 24% em dinheiro e o restante (76%) em ações.

Caso a proposta seja aceita e a Vivendi se torne acionista da Telecom Italia, a companhia prevê que a francesa terá direito a indicar dois integrantes para expandir os conselhos de administração da TIM e do grupo italiano. A medida, contudo, ainda deverá ser aprovada nas assembleias de acionistas das respectivas empresas.

Já os espanhóis oferecem € 4,66 bilhões, mais 12% de participação da fusão entre a Telefônica (operadora brasileira) e a GVT. A oferta é válida até o dia 29 de agosto, podendo ser prorrogada pela Telefónica ou pela Vivendi, desde que a francesa conceda exclusividade à companhia espanhola por prazo de três meses.

A GVT, criada há 14 anos oferecendo telefonia fixa e internet ultrarrápida, foi disputada em 2009 entre a Telefónica e a Vivendi. Os franceses adquiriram o controle da empresa por R$ 7,7 bilhões.

Naquele momento, a GVT cobria 84 cidades e detinha 2% das receitas líquidas do setor. Hoje, ela atua em 153 cidades com pacotes de telefonia fixa, internet acima de 15 Mbps e TV e conta com 1,5 milhão de clientes.

NEGOCIAÇÃO

Essa "dança de cadeiras" na telefonia está ocorrendo porque a Telefónica, dona da Vivo, é a maior sócia da Telecom Italia –que está endividada e procura vender ativos para tomar fôlego e continuar investindo. A tele espanhola prefere a venda da TIM. Outros acionistas da Telecom Italia tentam o contrário: fortalecer a TIM.

Em jogo está a consolidação dos grupos no Brasil, um mercado em que as receitas crescem abaixo da inflação e prejudicam o retorno ao acionista –com exceção da Claro, todas as teles têm ações negociadas em Bolsa.


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