Folha de S. Paulo


Número de inadimplentes chega a 57 milhões e bate recorde, diz Serasa

O número de consumidores inadimplentes no Brasil chegou a 57 milhões em agosto deste ano e bateu recorde para o mês, em levantamento da Serasa Experian.

É o maior número desde 2012, quando o levantamento da empresa apontou 52 milhões de pessoas inadimplentes em agosto. No mesmo mês de 2013, foram registrados 55 milhões.

O estudo mostra também que 60% dos inadimplentes têm contas mensais a pagar acima de 100% de sua renda mensal e 53% dos acumulam até duas dívidas não honradas.

"Parte da explicação para este número está no crescente endividamento da população, principalmente de 2008 para cá. Outro motivo é que não temos no Brasil um ambiente de auto eficiência no mercado de crédito pela falta de um cadastro positivo operando de forma plena", diz o economista da Serasa, Luiz Rabi.

Na quarta-feira (20), o governo Dilma Rousseff lançou um pacote de estímulo ao crédito que combina injeção de dinheiro no sistema bancário, afrouxamento dos controles para a concessão de empréstimos e normas voltadas para o financiamento de imóveis e veículos.

Pelos cálculos oficiais, a oferta pode ser elevada em R$ 25 bilhões. Para Rabi, no entanto, o pacote de estímulo pode aumentar o número de inadimplentes.

"Não acredito que todo esse montante vai ser canalizado ao crédito, pelo menos a curto prazo. O próprio consumidor não está com disposição de aumentar as suas dívidas. Quanto mais isso for para o mercado de crédito maior será o risco de inadimplentes", afirma o economista.

Em nota, o superintendente de Informações sobre Consumidores da Serasa Experian, Vander Nagata, afirma que a situação é preocupante, mas não alarmante, pois o volume de dívidas da maioria não é alto.

Segundo dados divulgados no dia 12 de agosto pela Serasa Experian, a inadimplência de consumidores no Brasil subiu em julho sobre o mesmo mês do ano passado e também na comparação com junho.

O indicador subiu 11% sobre julho de 2013 e 4% na comparação com junho, acumulando nos sete meses alta de 0,6% sobre igual período do ano passado.


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