Folha de S. Paulo


Exportação de carne bovina sobe 8,6% em julho; Rússia é principal destino

As exportações de carne bovina do Brasil aumentaram 8,6% em julho ante um ano atrás, somando 144,7 mil toneladas, tendo a Rússia como principal destino no mês, informou nesta segunda-feira (11) a associação que reúne a indústria.

Na semana passada, a Rússia anunciou um embargo às importações de alimentos de vários países, em retaliação às sanções que vêm sofrendo por causa da crise da Ucrânia. As proibições incluem a importação de carne bovina dos Estados Unidos e da Austrália, dois grandes exportadores do produto.

Após anunciar o embargo, o governo russo também praticamente triplicou o número de unidades brasileiras habilitadas para a venda.

"O destaque do período foi a Rússia, maior comprador em julho e o segundo maior importador do produto brasileiro no acumulado do ano", disse a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) em nota.

O faturamento no mês subiu 19%, para US$ 691,9 milhões, também favorecido por um aumento no preço médio da tonelada embarcada, como mostra acompanhamento da Secretaria de Comércio Exterior.

As vendas para a Rússia saltaram 79% no mês, na comparação anual, somando 41 mil toneladas, com receita 113% maior, totalizando US$ 181 milhões, segundo a Abiec.

"A Rússia consolidou sua posição como um dos maiores importadores do nosso produto, com um incremento muito representativo no último mês", disse Antônio Jorge Camardelli, presidente da Abiec.

"As novas habilitações pelo Serviço Veterinário russo de plantas industriais brasileiras, assim como a autorização para exportar tripas e miúdos, irão seguramente refletir em resultados ainda mais significativos nos próximos meses."

Hong Kong, o segundo maior importador no mês, comprou 35 mil toneladas, com receita de US$ 152 milhões.

CARNE SUÍNA

Já as exportações de carne suína do Brasil recuaram 18,7% em julho ante um ano atrás, para 40,97 mil toneladas em julho. A receita, porém, saltou 10,5%, beneficiada por um cenário de preços firmes, informou nesta segunda-feira a associação que reúne a indústria.

As vendas externas totalizaram US$ 139,37 milhões no mês passado.

"Os exportadores brasileiros de carne suína estão se beneficiando da atual conjuntura do mercado mundial, com redução da oferta e aumento de preços", disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Segundo a ABPA, o preço médio internacional da proteína subiu US$ 36,01 em julho, para US$ 3.401 por tonelada, em relação a US$ 2.501 no mesmo período de 2013.

Em julho, os principais destinos foram Rússia (com 14.171 toneladas), Hong Kong (com 8.811 toneladas) e Cingapura (com 4.011 toneladas).

No acumulado do ano, a Rússia também se destaca como o principal importador, com 97.931 toneladas.

O vice-presidente de suínos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Rui Eduardo Saldanha Vargas, disse que a entidade mantém a estimativa de embarques em 600 mil toneladas em 2014, crescimento de 16%. Em receita, a previsão é de US$ 1,7 bilhão, contra US$ 1,36 bilhão do ano passado.

"Até dezembro, o volume mensal das vendas externas de carne suína deverá aumentar acima da média, com o anunciado interesse russo de importar do Brasil maiores quantidades do produto para substituir as compras de fornecedores tradicionais, como os EUA e a União Europeia", disse Vargas.


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