Lançada nesta quarta-feira (23), uma campanha-piloto para combater o contrabando e a falsificação quer chamar a atenção dos consumidores para os riscos desses produtos à saúde e à segurança.
Em uma abordagem ousada, a campanha, batizada de "Promoção Achou, Perdeu", associa cigarros contrabandeados a "pernas de barata" e "pedacinhos de rato morto", e afirma que brinquedos sem certificação contêm "tinta tóxica que pode sufocar e contaminar seus filhos" e que softwares piratas são "carregados de vírus".
A iniciativa é da ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação), em parceria com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial. A instituição, formada por cerca de cem empresas, investiu R$ 300 mil na campanha.
"É a primeira vez que a gente fala direto com o consumidor", diz o diretor de comunicação da ABCF, Rodolpho Ramazzini.
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Um dos anúncios da campanha "Promoção Achou, Perdeu". |
As peças serão veiculadas em TVs, rádios e outdoors em Curitiba e região metropolitana, como um projeto-piloto, e podem ser estendidas a outras regiões a partir de novembro.
A cidade foi escolhida especialmente porque o Paraná, que faz fronteira com o Paraguai, é hoje uma das principais rotas de produtos contrabandeados e falsificados no país.
Só no ano passado, R$ 1,6 bilhão em mercadorias foi apreendido na fronteira com o Paraguai. O Paraná também é líder de mercado em cigarros contrabandeados: 53,8% dos cigarros vendidos no Estado são piratas. Em São Paulo, este índice é de 34% (a pesquisa é do Ibope Inteligência).
"Não adianta fazermos todas as ações de combate com as autoridades se continuar havendo a demanda", comenta Ramazzini. "Queremos falar diretamente com o consumidor, para que ele pense duas vezes antes de adquirir um produto falsificado."
A campanha tem foco em cigarros, brinquedos e softwares, por serem os produtos contrabandeados de maior apelo entre o público.
O preço, hoje, é o principal chamariz para as vendas -por não pagarem impostos, produtos contrabandeados são bem mais baratos.
"Você está poupando um dinheirinho hoje, mas e o prejuízo que vai ter amanhã?", afirma Ramazzini. "O produto falsificado ou contrabandeado não é simplesmente mais barato. Ele pode causar prejuízo para a saúde e a segurança do consumidor."
Veja abaixo os vídeos da campanha.
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Contra brinquedos contrabandeados
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Contra cigarros contrabandeados
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Contra softwares contrabandeados