Folha de S. Paulo


Setor público tem pior resultado para maio desde 2002

As contas de setor público fecharam o mês de maio com o primeiro resultado negativo para o mês desde o início da série histórica do Banco Central, em 2002.

De acordo com o BC, União, Estados, municípios e empresas estatais registraram deficit primário de R$ 11,05 bilhões no mês passado.

Considerando todos os meses, o resultado é o pior desde dezembro de 2008, quando o déficit foi de 20,952 bilhões de reais, no auge da crise internacional.

O deficit também foi pior que o esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana mostrava saldo negativo de R$ 9,25 bilhões no mês passado.

O determinante para o resultado foi a União –afetada pela fraca arrecadação provocada pela atividade econômica em baixa–, que teve deficit de R$ 11,07 bilhões no período.

O resultado primário não considera os gastos com juros, que somaram R$ 21,40 bilhões no mês.

O deficit de maio coloca o governo ainda mais distante da meta fiscal para o ano.

No acumulado do ano, o setor público registra superavit –a economia para o pagamento dos juros da dívida– de R$ 31,5 bilhões (1,52% do PIB), ante R$ 46,7 bilhões (2,43% do PIB) no mesmo período de 2013.

Em 12 meses, o resultado está positivo em R$ 76,1 bilhões (1,52% do PIB), abaixo da meta de R$ 99 bilhões (1,9% do PIB).

O BC informou ainda que o deficit nominal –receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros– ficou em R$ 32,444 bilhões de reais no mês passado, enquanto a dívida pública representou 34,6%.

Editoria de Arte/Folhapress

IMPOSTOS

No mês passado, a coleta de impostos e tributos caiu 6% na comparação anual, o que levou a Receita Federal a piorar a projeção para o ano.

Analistas dizem que a área econômica terá de correr atrás de receita extraordinária para fechar as contas de 2014, mantendo agentes econômicos ainda céticos sobre a capacidade de o governo controlar as contas públicas.

O QUE INTERESSA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, minimizou nesta segunda-feira o deficit fiscal do setor público.

"O que interessa sobre o primário é o resultado que teremos em dezembro deste ano", disse o ministro a jornalistas, referindo-se à meta consolidada do governo para o ano cheio, que é de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do PIB (Produto Interno Bruto).

Com agências de notícias


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