Folha de S. Paulo


Produção de suínos alavanca economia em cidades do oeste de Santa Catarina

A produção de suínos no oeste de Santa Catarina tem mudado a realidade das cidades da região. Chapecó e Joaçaba, a 545 e 388 km de Florianópolis, são exemplos desse processo.

Para aproveitar o rebanho de suínos do Estado, o maior do país, grandes empresas têm se instalado por lá, e produtores locais aproveitam a oportunidade para prosperar e movimentar seus negócios.

SUL
Região tem indicadores acima da média

É o caso do empresário Vincenzo Mastrogiacomo, que percebeu as necessidades de gigantes como Aurora e Brasil Foods, instaladas em Chapecó, para criar a Safrio.

A ideia era suprir a demanda de armazenagem frigorífica. Atualmente, suas instalações podem guardar 15 mil toneladas de carne suína.

Nos últimos anos, exigências tecnológicas também têm se tornado comuns no setor. De olho nesse cenário, Clóvis Rossi fundou a Khor, empresa que produz sistemas de rastreabilidade suína.

Softwares foram desenvolvidos para ajudar a acompanhar os animais desde o nascimento, regulando qualidade da ração e vacinas, por exemplo. Para isso, toda a cadeia tem de estar integrada.

"Esse segmento surge porque importadores passaram a exigir da agroindústria a rastreabilidade, por exemplo. Como o Brasil quer espaço no mercado internacional, tem que atender a isso", explica Arlei Fachinello, professor de economia da Universidade Federal de Santa Catarina.

MÃO DE OBRA

Em Joaçaba, o produtor Edegar Castegnaro decidiu assumir a responsabilidade por todos os processos de produção. Ele é um dos poucos que faz isso. São 10 mil suínos numa propriedade de 200 hectares. Tudo isso gera para ele um faturamento de R$ 500 mil mensais.

"A dificuldade crescente é de mão de obra. Não tem quem queira fazer esse serviço de lidar com os porcos", afirma ele, que trabalha com 30 funcionários.

Na cidade, há 1.200 famílias que tiram sustento do campo. A maior parte delas é cooperada e vende sua produção a grandes indústrias.

Após investimentos de R$ 86 milhões, a Aurora reabriu a planta frigorífica na cidade. A capacidade atual de abate é de 1.500 suínos por dia.

A expectativa é que as operações na cidade gerem até o final do ano 1.060 novos empregos diretos e outros 3.000 indiretos. Joaçaba deverá receber anualmente um ICMS no valor de R$ 12 milhões.

Joaçaba e Chapecó dividem com outra cidade o pódium de maiores produtoras de suínos em Santa Catarina. Com 22,3% de participação, Concórdia lidera o ranking.


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