Folha de S. Paulo


Grandes exportadores já fazem investimentos em portos do Norte

Os portos localizados no Pará deverão ser os responsáveis por escoar, na próxima década, a maior parte dos grãos produzidos na região central do país.

Com a perspectiva de conclusão das obras da BR-163, no trecho paraense, em 2016, o porto de Miritituba poderá receber até 29 milhões de toneladas de grãos vindos de Mato Grosso.

NORTE
Indústria começa a ganhar espaço na região

Grandes empresas já apostam no chamado "corredor norte". A americana Bunge, maior exportadora de grãos do país, foi a primeira a instalar, em abril, um complexo portuário em Miritituba e Barcarena (também no Pará).

O investimento atingiu R$ 700 milhões. Segundo Martus Tavares, vice-presidente da companhia, escoar grãos pela hidrovia Tapajós-Amazonas é estratégico. "Um único comboio de 20 barcaças transporta 40 mil toneladas de grãos, o que equivale mais de mil caminhões ou 4,5 trens de carga, por viagem", diz.

No rastro da Bunge estão empresas como Amaggi, ADM, Cargill, Odebrecht e Bertolini, que também estão construindo terminais privados em portos da região –Vila do Conde (PA) e Porto Velho (RO), por exemplo.

A construção de terminais portuários no local também faz parte dessa estratégia. Para isso, a Companhia Docas do Pará, a administradora do porto de Miritituba, lançará nos próximos dois meses uma parceria público-privada para a realização dessas obras.

"Vamos ceder uma área de 143 hectares, o suficiente para construir, pelo menos, mais cinco terminais. As empresas interessadas, sejam nacionais, sejam estrangeiras, vão ficar responsáveis pelos investimentos", diz Jorge Ruiz, presidente da Docas.

Outro local que vai receber investimentos para melhorar sua infraestrutura será o porto de Vila do Conde.

Segundo Ruiz, o porto, por onde passam cargas de bauxita e alumínio, tem a perspectiva de receber um segundo terminal de múltiplo uso.

Parte desse investimento se deve à expectativa de que o porto seja responsável por escoar 21 milhões de toneladas em 2025, segundo o Movimento Pró-Logística.

Para isso, um pedral de 43 km de extensão e que impede a navegação do rio Tocantins nos períodos de seca terá de ser demolido.

Uma licitação para escolher a empresa está suspensa. O Ministério dos Transportes diz que analisa o recurso de uma empresa que participa da disputa.

A Secretaria de Portos afirma ainda ter 14 áreas para arrendamentos portuários que estão sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU).


Endereço da página:

Links no texto: