Folha de S. Paulo


Antes degradada, área do sul do Pará atrai produtores de soja e milho

Depois de ocupar o Centro-Oeste do país, a produção de soja e milho avança no sul do Pará, uma antiga área degradada da Amazônia, ocupada há décadas por pastagem e grilagem de terra.

A nova fronteira agrícola no Norte cresce amparada em terra barata, ampla área de cultivo e facilidade para escoar a produção -além da tecnologia usada pelos produtores, geralmente vindos de regiões consolidadas e de alta produtividade.

Formada por seis cidades (Redenção, Conceição do Araguaia, Santana do Araguaia, Floresta do Araguaia, Cumaru do Norte e Santa Maria das Barreiras), a região saltou de um plantio de 500 hectares para 110 mil hectares nos últimos 12 anos. Os dados são da Aprosoja-PA (Associação dos Produtores de Soja e Milho).

NORTE
Indústria começa a ganhar espaço na região

A região espera colher nesta safra 429 mil toneladas, entre soja e milho -um aumento de 46,15% em relação à safra anterior.

A expectativa de colheita na região é quase a metade da produção prevista neste ano em todo o Estado: 1,3 milhão de toneladas de grãos, segundo estimativas da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento).

Estudo da Faepa (Fundação da Agricultura e Pecuária do Estado) aponta que o Pará tem potencial de tornar agricultável 30 milhões de hectares de pastagem -área equivalente a 24% do Estado.

"Ocupamos apenas 1% de um total de 10 milhões de hectares de área degradada na nossa região. Tudo ainda está no início", diz Leandro Tenório, presidente da Aprosoja na região sul do Pará.

Além de ampla, a terra tem custo muito menor do que o cobrado em outros Estados. Em Mato Grosso, por exemplo, o valor por hectare (R$ 37.800, em média) chega a valer até seis vezes o do sul do Pará (R$ 5.850, em média).

O escoamento é facilitado pela linha férrea da Norte-Sul, que fica a 400 km da área de produção mais distante na região. É em Colinas (TO), cidade que mantém um entreposto da ferrovia, que a maior parte da safra do sul paraense é escoada em direção ao porto de Itaqui (MA).

A estrutura de armazenagem de grãos, entretanto, precisa ser fortalecida. A expectativa é saltar de três para oito silos nos próximos anos.


Endereço da página:

Links no texto: