Folha de S. Paulo


Rio Grande do Norte estimula abertura de fábricas de confecção no interior

Josimere Azevedo, 30, não tinha profissão até o início do ano. Nunca havia trabalhado com carteira assinada.

Para sustentar o filho, dependia do que o marido conseguia trazer para dentro de casa e do dinheiro oriundo do Bolsa Família, na pequena Parelhas, que tem cerca de 20 mil habitantes e está localizada a 242 km de Natal (RN).

Situação semelhante passava Letícia dos Santos, 20. Ela também procurava emprego para ajudar nas contas da casa, onde mora com o marido e o filho.

NORDESTE
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A situação das duas mudou em agosto de 2013, quando o governo do Rio Grande do Norte lançou o Pró-Sertão (Programa de Interiorização da Indústria), em parceria com a Guararapes, gigante do ramo de confecções.

A ideia era fomentar no interior a abertura de pequenas fábricas para produção de roupas. O material produzido seria adquirido pelas lojas do grupo Guararapes e por outros parceiros do projeto, como a Hering e a RM Nor.

Hoje, o Pró-Sertão já começa a dar frutos. Segundo números da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, são 32 confecções em funcionamento, e mais seis preparadas para integrar o projeto a partir de julho. A maioria delas está instalada na região do Seridó.

Até agora foram gerados 1.180 empregos diretos, entre eles, os de Josimere e Letícia.

"Nas cidades pequenas, não há emprego para todos, principalmente para as mulheres, que acabam virando donas de casa. A ideia de qualificar e colocar esse pessoal para trabalhar está sendo uma revolução", disse Eva Panício, dona da confecção onde as duas trabalham.


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