Folha de S. Paulo


Contra seca, piscicultores poderão migrar para áreas com mais água

Para driblar a estiagem e amenizar os prejuízos causados pela falta de chuvas, piscicultores que trabalham em reservatórios poderão migrar para áreas com mais água, já que com os baixos níveis a produção de peixes cai.

Segundo a secretária nacional de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura, do Ministério da Pesca e Aquicultura, Maria Fernanda Nice, é a primeira vez que a medida é tomada no país, valendo para todos os reservatórios.

Isso significa que, na possibilidade de uma área aquícola tornar-se inviável para criar peixes, o profissional poderá pedir o deslocamento da produção para outro espaço com maior volume.

O anúncio oficial da medida será feito nesta terça-feira (27) pelo ministério e a ANA (Agência Nacional de Águas), em Santa Fé do Sul (SP).

"É a chance de o aquicultor desenvolver sua atividade numa área mais produtiva. Essa mudança do local de produção poderá ser solicitada toda vez que houver um ciclo de estiagem tão intenso, como ocorreu neste ano", disse Maria Fernanda.

Emerson Esteves, presidente da Câmara Setorial de Pescado do Estado de São Paulo, disse que no reservatório de Ilha Solteira os prejuízos neste ano chegam a R$ 20 milhões.

Já Fausto Costa, diretor da Alago (Associação dos Municípios do Lago de Furnas), afirmou que a produção neste ano deve cair para 3.000 toneladas. Normalmente, fica em torno de 6.000. "Os prejuízos chegam a R$ 30 milhões", disse.

O ministério também anuncia a ampliação de outorgas de produção para a pesca em 12 parques aquícolas do reservatório de Ilha Solteira. O resultado da oferta adicional de áreas destinadas à aquicultura deve aumentar em 31 mil toneladas o total de pescado por ano.

São mais de 100 hectares de áreas –águas sob domínio da União– para piscicultores. Os novos espaços para a atividade serão cedidos por 20 anos, podendo ser prorrogados por igual período.

Edson Silva/Folhapress
O pescador profissional Luiz Alberto da Silva, 55, mostra o nível baixo do rio Grande em Colômbia (SP)
O pescador profissional Luiz Alberto da Silva, 55, mostra o nível baixo do rio Grande em Colômbia (SP)

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