Folha de S. Paulo


Negócios em condomínios buscam público fiel e distância dos rivais

O empresário Maurício Rocha, 34, tinha duas unidades de rua do salão de beleza Biarritz para atender a quem quisesse entrar. Mas decidiu trocá-las por uma dentro de um condomínio residencial do Rio de Janeiro, na qual só atenderá moradores.

Entre as vantagens da troca, ele destaca o fato de estar bem mais próximo dos clientes do que a concorrência, do lado de fora.

Outros empresários estão apostando em levar negócios como spas, restaurantes e academias para dentro destes empreendimentos.

Segundo a Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), existem apenas na capital do Estado 25 mil desses conjuntos residenciais. Fábio Kurbhi, diretor do órgão, diz que há demanda nesse mercado.

"É comum vermos academias de prédios pequenos com três professores particulares ao mesmo tempo. Não seria mais vantajoso contratar um prestador de serviço para os três?"

Porém nem todo tipo de empresa prospera nesses espaços e as ideias de negócio ainda precisam de testes, diz Hubert Gebara, vice-presidente do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário).

Raquel Cunha/Folhapress
Empresários Durval e Fernanda Nunes, em condomínio de São Paulo, onde prestam serviço
Empresários Durval e Fernanda Nunes, em condomínio de São Paulo, onde prestam serviço

Para ele, alguns negócios podem ter o mesmo destino de espaços oferecidos aos moradores que são abandonados, como as saunas.

Além disso, Gebara afirma que a tendência de lançamentos de grandes empreendimentos para público de alta renda, mais suscetíveis a esse tipo de negócio, está diminuindo.

"Os maiores lançamentos são os mais populares, em que a taxa de condomínio fica em torno de R$ 200. Nesses locais talvez haja interesse pelos serviços", diz.

Além de olhar para o número de apartamentos, o empreendedor deve estar atento à taxa de ocupação no local e estudar o perfil dos clientes, diz o consultor do Sebrae-SP Gustavo Carrer.

TEM GENTE?

No caso do Biarritz, o alvo são condomínios de grande porte -o salão será instalado em um de 1.500 apartamentos e 5.000 moradores.

Já o Studio Phi, que promove atividades físicas para os moradores, não tem restrição quanto à capacidade do local, afirma o sócio Durval Nunes, 39.

"Pode ser até em um prédio com oito famílias, mas com piscina e academia. Colocamos professores à disposição em horários específicos e fazemos uma análise do preço em cada caso."

A empresa atende agora em três conjuntos habitacionais e tem como meta chegar a dez até o fim do ano.


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