O Brasil ganhou uma versão nacional da lista anual de jovens inovadores da revista "Techonology Review". Nos EUA, esse é o prêmio que antecipou o sucesso de grandes empreendedores na área de tecnologia, como Mark Zuckerberg, do Facebook, Sergey Brin, do Google, e Max Levchin, do PayPal.
Com seus nomes anunciados hoje, os dez ganhadores receberão o prêmio numa cerimônia em 13 de maio. O objetivo da revista, ligada ao MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), é obter um conjunto de pré-indicados para a lista internacional, com 35 nomes, disputa acirrada realizada todo ano.
A revista tem iniciativas similares na Itália, na França, na Espanha, no Sudeste Asiático e em 13 países da América Latina hispânica.
No Brasil, os vencedores são escolhidos por um júri misto nacional/internacional. A premiação tem apoio do BBVA e do governo federal, por meio da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
"VENTURE CAPITAL"
"Uma das funções da "Technology Review" é conectar esses inovadores jovens com o 'venture capital' (fundos de capital de risco) de investidores que vão financiá-los e com empresas que podem ajudá-los em marketing e comércio de suas tecnologias", diz Pedro Moneo, diretor da edição em português da revista.
Quatro dos indicados brasileiros desenvolveram seus projetos na área de saúde: um software para diagnosticar doenças genéticas raras, um sistema de baixo custo para análises clínicas, um sistema de gestão de emergências hospitalares e uma prótese de alto desempenho feita com plástico PET (veja quadro com a lista de vencedores).
Na área de comunicação, uma das vencedoras é a baiana Lorrana Scarpioni, 23, criadora de uma rede social para troca de serviços por hora, que já acumulou mais de 15 mil usuários. A paranaense Vanessa Testoni, 34, pesquisadora da Samsung, foi indicada por desenvolver um sistema de segurança para comércio eletrônico.
Entrar na lista global, publicada pela edição americana da "Tech Review", é difícil para os latinos americanos, mas não é impossível.
"Há vários ganhadores de outras edições regionais que foram incluídos na lista global, como Enrique Lomnitz, fundador do projeto Isla Urbana" diz Moneo. "Ele criou um sistema para ajudar a Cidade do México, uma megalópole, a superar sua crise de abastecimento de água."
A lista mundial, que reúne 35 nomes, já apontou o sucesso não só de empreendedores mas de cientistas de destaque, como Konstantin Novoselov, Nobel de Física.
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INOVADORES COM MENOS DE 35
DAVID SCHLESINGER, 34
Médico formado pela USP, é cofundador da Mendelics, start-up que desenvolveu um software para melhorar o diagnóstico de doenças genéticas raras
EDUARDO BONTEMPO, 30
Administrador formado pela FGV, criou um método e uma plataforma para planejar a aprendizagem em salas de aula em que alunos têm diferentes níveis de habilidade
GUILHERME LICHAND, 28
Ex-analista do Banco Mundial, criou um sistema para ajudar gestores públicos a colher informação da população usando telefones celulares de baixa tecnologia
GUSTAVO CAETANO, 32
CEO da Sambatech, empresa que criou uma plataforma de marca neutra para transmitir vídeos, e a Samba Ads, pioneira de publicidade em vídeo on-line
LORRANA SCARPIONI, 23
Fundadora da Bliive, rede social para escambo de serviços; com 15 mil usuários, o site conecta quem quer trocar, por exemplo, uma aula de música por uma de matemática
LUCAS STRASBURG FERREIRA, 22
Cofundador da Revo Foot, que usa PET e outros materiais para produzir próteses de baixo custo; após teste, um pé protético se saiu melhor que produtos existentes
MARIO SÉRGIO ADOLFI JR., 27
Criador da Kidopi, que implementou um sistema de coordenação de emergências médicas em Ribeirão Preto; o projeto é hoje base para atendimento em todo o Estado
MARTÍN RESTREPO, 32
Fundador da Editacuja, pioneira no Brasil a criar um sistema de aprendizagem por smartphones e tablets; criou um programa de incentivo ao jovem empreendedor
VANESSA TESTONI, 34
Pesquisadora do instituto de pesquisas da Samsung no Brasil, é especialista em codificar vídeos e imagens e criou uma tecnologia de segurança para comércio eletrônico
WENDELL COLTRO, 34
Professor de química da Universidade Federal de Goiás, criou um sistema de baixo custo para realização de análises de sangue e urina que usa papel e toner de impressora