Folha de S. Paulo


Cenário permite pesquisa e negociação na compra de imóvel

Quem pretende comprar um imóvel novo na cidade de São Paulo encontra um mercado em acomodação.

A oferta de unidades está elevada, as vendas e os lançamentos caem e a tendência é que os preços desacelerem, como já ocorre no restante do país, abrindo espaço para o consumidor pesquisar e negociar mais.

Alta de preços de imóveis perde vigor no país

Uma participação menor dos imóveis de um dormitório nos lançamentos também deve ajudar a conter a pressão inflacionária, já que parte da demanda foi atendida.

Com o metro quadrado mais caro (R$ 11.124 ante R$ 8.797), eles empurraram os preços médios para cima. Os valores fecharam com alta de cerca de 20% em 2013-em 2012, havia sido de 10,5%.

CASA PRÓPRIA EM FOCO

Como comparação, a inflação oficial, medida pelo IPCA, subiu 5,91% em 2013. Já os custos de construção, segundo o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), cresceram 8,1%.

No ano passado, o número de imóveis de um quarto lançados chegou a 9.261 unidades, contra 4.800 em 2012.

Essa tipologia vem de um salto na participação de lançamentos ano a ano, e passou de 1,4% do total em 2007 para 24,4% em 2013.

A projeção do mercado é que os preços médios cresçam pouco acima dos custos de construção neste ano.

O cenário só não será melhor para o consumidor porque os terrenos permanecem pesando muito sobre os custos do setor, assim como os valores de mão de obra.

"Os custos de mão de obra e de terreno não vão cair e, por isso, os preços dos imóveis também não", diz Carlos Eduardo Fernandes, superintendente comercial da incorporadora Brookfield.

Para 2014, como já se verificou nos primeiros meses do ano, a perspectiva é que os imóveis de dois e três quartos ganhem espaço em relação ao total de lançamentos.

Editoria de Arte/Folhapress

Essas configurações predominam nos bairros de classe média, com produtos que vão de perfil econômico a alto padrão, voltados a famílias que têm ou que querem ter filhos.

Também poderão ganhar participação os apartamentos de quatro dormitórios, que representam a menor oferta da cidade (11,3% do total em estoque).

"A vedete no ano passado eram os apartamentos de um dormitório, e agora percebemos que há demanda de imóveis compactos com mais ambientes", diz Fátima Rodrigues, diretora da imobiliária Coelho da Fonseca.

O comprador que busca apartamentos na planta deverá encontrar mais opções na Barra Funda, Pinheiros e Itaim Bibi, na zona oeste, segundo a empresa de pesquisas Geoimovel, que levantou os distritos com mais lançamentos previstos.

Na Barra Funda, antiga região industrial e com terrenos disponíveis na zona oeste, 1.207 unidades são anunciadas como futuro lançamento. A maioria é de médio e alto padrão.

Pinheiros, também na zona oeste, teve novo impulso com a chegada do metrô ao largo da Batata em 2010 e deve receber 1.072 unidades. No Itaim Bibi, bairro de alto padrão, o metro quadrado custa mais de R$ 15 mil.


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