Folha de S. Paulo


Novas ferramentas permitem que empresa seja enxuta e profissional

Serviços como os de espaços de coworking e secretárias virtuais e de concursos entre designers permitem que pequenos empresários operem seus negócios de modo enxuto, mas profissional.

Júlio Gonçalves, 34, de Londrina (PR), queria abrir uma unidade da sua empresa de TI em São Paulo. Ele achava que, para conseguir mais clientes, era importante ter a sede em um endereço famoso da cidade, como a avenida Paulista, onde o preço do aluguel para imóveis corporativos chega a R$ 160 por metro quadrado, segundo levantamento da imobiliária Herzog.

Para não se apertar nas contas com aluguel, ele optou por alugar uma vaga em um espaço de coworking (escritório compartilhado) que fica na região. Ele paga cerca de R$ 900 pelo espaço.

O aluguel nesses locais varia de acordo com as horas utilizadas pela empresa e o número de funcionários que frequentam o local –os valores podem chegar a R$ 2.800 em São Paulo para uma equipe de cinco profissionais.

Zanone Fraissat/Folhapress
Júlio Gonçalves, que usa escritório compartilhado em zona nobre de São Paulo
Júlio Gonçalves, que usa escritório compartilhado em zona nobre de São Paulo

Para Renê Fernandes, professor da Fundação Getulio Vargas, o coworking é uma boa opção para empresas com até esse tamanho.

Katia Gianini, 38, não teve problemas em achar um bom lugar para abrir seu pet shop na zona leste de São Paulo. A principal dificuldade foi achar tecnologia para geri-lo.

"No começo, organizava minha agenda e as contas em planilhas. Vi que não dava certo e pensei em comprar um software de gestão", diz.

Gianini afirma que encontrou produtos por até R$ 4.000, valor que ela não possuía. A solução foi optar pela assinatura mensal de um software no site Vouclicar.com, que oferece licenças de programas para pequenas empresas. Ela paga R$ 29,90 por mês para usar o sistema.

Editoria de arte/Folhapress

Algumas empresas também optam por aplicativos on-line de gestão como ZeroPaper e ContaAzul. Mas, para o professor da FGV, eles têm algumas desvantagens.

"Eles apostam na massificação e funcionam para qualquer tipo de empresa. Com o tempo, o negócio cresce e sente falta de uma personalização maior", explica.

A busca por personalização também fez com que Kauê Baptistella, 24, fundador da empresa de cosméticos KeraBeauty, buscasse um serviço de design gráfico profissional para criar uma identidade visual."Contratei um designer que cobrou R$ 1.500 para fazer um logotipo e não entregou o que eu queria", afirma.

Decepcionado, ele procurou a solução em um site que realiza concursos de designers. Nele, o empreendedor diz o que precisa, quanto quer pagar pelo serviço, e recebe diversas propostas de designers para que possa escolher a que mais lhe agrada.

O empresário afirma que gastou cerca de R$ 4.000 para confeccionar três logotipos e o layout de cinco de seus produtos.
Quem quer economizar no quadro de funcionários pode optar por contratar um serviço de secretária virtual.

Também existem empresas de consultoria e marketing digital voltadas para pequenos negócios. Segundo Fernandes, o importante é ficar atento à qualidade. "Serviços como consultoria pedem um atendimento muito customizado e específico. É complicado vendê-lo no atacado", explica.

Colaborou BÁRBARA LIBÓRIO, de São Paulo


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