A Eletrobras, Petrobras e Samarco também tiveram suas notas de crédito rebaixadas de "BBB" para 'BBB-' pela agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P), assim como o Brasil.
Nesta segunda-feira (24), a S&P rebaixou a nota de avaliação do país. Apesar da queda, o Brasil continua no chamado grau do investimento -ou seja, de mercado considerado seguro para se investir. Mas está no menor nível dentro desse patamar, segundo os critérios de análise da agência.
Segundo a Standard & Poor's, o rebaixamento da Eletrobras refletiu a exposição da companhia ao ambiente regulatório brasileiro, sua forte posição no mercado local e o papel-chave no setor elétrico do país.
A decisão de rebaixar sua nota também levou em conta a deterioração nas métricas de crédito da empresa, após a aprovação da Lei 12.783, de 2013, que conduziu à queda dos preços de energia elétrica.
Sobre a Petrobras, a agência diz que a decisão de rebaixar a nota da estatal considerou a ligação extremamente forte com o governo federal, que detém 50,2% de seu capital votante.
Também foi citado seu papel como principal produtor de petróleo e distribuidora de combustíveis do país, com um efeito correlativo sobre a inflação.
A nota não chega a mencionar o fato de a Petrobras vir sendo obrigada a vender combustível no mercado interno mais barato do que compra fora do Brasil, como parte da política do governo para estancar a inflação.
No caso da Samarco, apesar de vista como subsidiária estrategicamente importante da Vale pela agência, a S&P alega que ela não "incorporou o suporte de sua matriz para atribuir seu rating" e mantê-lo acima do rating do Brasil.
A agência salienta que a companhia mantém uma eficiente operação de baixo custo, destaca sua capacidade para o transporte de minério de ferro concentrado para suas usinas de pelotização e seu status como o segundo maior fornecedor global de pelotas no mercado.
Apesar disso, avalia como risco a concentração da empresa em um só produto, o que a expõe à volatilidade dos preços de commodities.
PERSPECTIVA
A agência diz que a perspectiva estável para Eletrobras e Petrobras reflete a perspectiva estável para o Brasil. Dado o suporte governamental a ambas, a S&P diz esperar que as notas das duas empresas continuem juntas a do país.
A perspectiva estável da Samarco reflete a visão da agência de que, pela importância da empresa como subsidiária da Vale, a nota vai continuar a se beneficiar do suporte da companhia.