Folha de S. Paulo


Deficit da balança de combustíveis do Brasil aumentará em 2014, diz ANP

O deficit da balança comercial de combustíveis do Brasil, resultado de importações maiores do que exportações, vai aumentar em 2014, disse nesta segunda-feira (17) a diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), Magda Chambriard.

Ela estimou que o deficit da balança de diesel do Brasil será de US$ 9 bilhões em 2014, enquanto o deficit da balança de gasolina será de US$ 2,5 bilhões neste ano.

Segundo ela, o aumento do deficit de combustíveis considera uma alta de 4% da demanda de derivados de petróleo no país em 2014, conforme previsto pela agência na semana passada, e um parque de refino sem capacidade adicional.

"Isso significa um cálculo com crescimento de 4% na demanda de derivado, a manutenção do parque de refino brasileiro, e a similaridade de preços com a média do ano passado", afirmou Magda a jornalistas, após evento do setor em São Paulo.

A executiva não apresentou dados comparativos com 2013, mas observou que de janeiro a novembro do ano passado o deficit da balança do diesel foi de US$ 7 bilhões, e o da gasolina de quase US$ 2 bilhões.

As importações de petróleo e derivados no país são feitas em sua maioria pela Petrobras, que tem tido seus resultados afetados nos últimos anos pela política de combate à inflação do governo, que implica na venda pela estatal no mercado interno de combustíveis a valores mais baixos do que os de compra no mercado externo.

O cálculo da ANP sobre a balança de combustíveis também leva em conta um "pequeno crescimento" da produção de etanol, disse Magda.

Em 2013, um forte crescimento da oferta de etanol —com as usinas do centro-sul privilegiando a produção do biocombustível em detrimento do açúcar— reduziu a importação de gasolina em 1,1 bilhão de litros, disse um representante da ANP na semana passada.

Em 2014, é provável não se repita o quadro do ano passado, uma vez que uma forte seca afetou a produção de cana do centro-sul. As primeiras avaliações do setor apontam uma produção de etanol estagnada.


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