A desvalorização das ações da Petrobras nos últimos anos levou a petroleira a encerrar 2013 com o menor número de acionistas na Bolsa brasileira desde 2008.
Ao fim de 2013, a Petrobras tinha 288 mil acionistas na Bolsa, ou 16% a menos do que os 344.179 do fim de 2008. É um patamar 27% abaixo do recorde de quase 400 mil investidores que a empresa tinha ao fim de 2010, quando realizou a mega capitalização de R$ 120 bilhões.
Desde o final de 2008, o número total de investidores na Bolsa subiu 15%.
Em cinco anos, até o fim de 2013, as ações preferenciais da Petrobras caíram 43% e as ordinárias (com direito a voto) perderam 56%. O Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 4% no período.
As informações constam do relatório 2013 da empresa.
A estatal perdeu de vez o posto de "queridinha dos investidores" para a Vale, com um volume financeiro negociado por mês menor do que o da mineradora.
Ao longo de 2009, ela tinha 13,3% de participação no total de papéis negociados, à frente dos 12,5% da Vale.
Em 2013, a Vale obteve a liderança de volume negociado, com 9,5% do total, ante 8,2% da Petrobras. Em janeiro, a estatal teve 6,7% de todos os negócios, atrás dos 8,2% da mineradora.
Os analistas do banco HSBC dizem, em relatório, que, além do histórico de não entregar os resultados prometidos, a empresa padece com a dívida alta, que atinge R$ 221,5 bilhões após subir 50% em um ano, e a falta de transparência da política de preços de combustíveis.
Para o fundo americano BlackRock, investidor na Petrobras, a estatal não está no foco dos investidores estrangeiros há algum tempo. "O risco dessa empresa é muito grande para os minoritários", diz o gestor William Landers.
Procurada, a Petrobras afirmou que, considerando os fundos de investimento, os fundos FGTS e os estrangeiros, o número de investidores na empresa tem crescido "constantemente", apresentando queda apenas em 2013, de 11%, para 798,6 mil.