Folha de S. Paulo


Petrobras contrata mais gás da Bolívia para atender térmica

Para fazer frente ao aumento do consumo de energia, a Petrobras ampliou as compras de gás natural da Bolívia. Foi firmado um contrato adicional de suprimento de 2,24 milhões de metros cúbicos por dia com a YPFB, estatal boliviana de petróleo e gás.

O destino do gás é a termelétrica Mário Covas, em Cuiabá, segundo a empresa da Bolívia. Desde sábado, a Petrobras recebe o gás para atender à usina de sua propriedade.

Segundo a companhia boliviana, foi fechado um contrato de compra de gás de curto prazo, com vigência de dez dias. O acordo é do tipo interruptível, ou seja, o gás pode deixar de ser enviado em caso de alguma contingência ou outra prioridade.

Mauricio Marañón, gerente nacional de comercialização da YPFB, disse, à agência de notícias da companhia, que, após esses 20 dias de fornecimento, serão analisadas condições para se firmar um contrato com prazo maior.

Segundo o executivo, a Bolívia conta com produção adicional de gás não comprometida em outros contratos e pode ampliar o suprimento à Petrobras.

Procurada, a Petrobras não confirmou a informação da estatal do país vizinho. Tampouco informou se a usina estava parada ou se operava capacidade reduzida ou estava parada.

Com o aumento do consumo por causa do calor e o comprometimento dos reservatórios das usinas hidrelétricas, a geração das térmicas atingiu o o pico histórico nos 10 primeiros dias de fevereiro.

OFERTA

A diretora do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Symone Christine de Santana Araújo, disse nesta quarta-feira (12), que o maior uso de usinas termelétricas não traz risco para o abastecimento de gás natural no Brasil.

Segundo Araújo, o mercado está plenamente abastecido. Além da produção nacional e da importação de gás natural da Bolívia, o Brasil tem condição de importar 41 milhões de metros cúbicos diários de Gás Natural Liquefeito (GNL) por meio de navios.

Na média do ano passado, essa importação ficou na casa dos 18 milhões de metros cúbicos por dia.

No início do mês, termelétricas a óleo diesel e combustível assinaram aditivo de contrato com a Petrobras Distribuidora que garante o abastecimento por 12 meses, em um sinal de que essas usinas mais caras poderão ficar acionadas ao longo de todo o ano.

As termelétricas têm gerado energia fortemente na base do sistema elétrico brasileiro desde outubro de 2012, diante do nível baixo dos reservatórios das hidrelétricas.

As térmicas a gás natural praticamente não pararam de gerar energia desde 2012, enquanto que as mais caras —a óleo diesel e combustível— tiveram alguma redução de despacho em alguns momentos.

COM INFORMAÇÕES DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS


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