Folha de S. Paulo


Usinas térmicas atingem pico histórico de geração de energia

O severo grau de seca nos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste, em momento de picos de consumo, levou o país a um patamar recorde de exigência de produção em suas usinas térmicas convencionais (exceto as nucleares), que geram energia elétrica.

O custo da energia gerada por uma usina térmica pode superar em 50% o da produzida por uma hidrelétrica.

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Levantamento realizado pela Folha com dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) mostra que, pela primeira vez na história, atingiu-se a carga diária de 12.887 MW médios no mês, considerando os dez primeiros dias de fevereiro.

Em janeiro, a carga diária gerada nas térmicas ficou em 10.700 MW médios. O novo patamar é, portanto, 20,4% maior do que a carga gerada no mês anterior.

Com isso, as térmicas participaram com 18,4%, em média, da geração de eletricidade no país no início de fevereiro, bem acima dos 16,1% médios de janeiro.

Olhando para os anos anteriores, em 2013 o recorde de geração térmica havia sido de 11.862 MW médios, em maio. Antes, o recorde mensal havia sido em novembro de 2012, com 11.475 MW médios.

Nesses picos anteriores, as térmicas contribuíram com cerca de 20% na geração elétrica dos períodos analisados.

Os preços da energia para as distribuidoras são estabelecidos em leilão. Apenas para comparação, no último leilão de usinas a serem construídas para 2018, em dezembro, o preço da energia hidrelétrica chegou a R$ 83,49 por MWh, e o das térmicas, a até R$ 135 por MWh.

O novo pico de produção das térmicas acontece no momento em que os reservatório das hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste atingem o pior nível para o início de fevereiro.

As regiões respondem por 70% da geração no país.

É o resultado de uma massa de ar seco, com consequente ausência de chuva. Nos primeiros dez dias de fevereiro, choveu apenas 33% da média histórica.

Além disso, a demanda bate recordes desde dezembro.

Quando o país usa mais térmicas, as distribuidoras absorvem os custos, no primeiro momento, e os repassam aos consumidores, via reajuste tarifário anual.

Neste ano, entraria em vigor o sistema de bandeiras tarifárias, que previa o repasse mensal dos custos adicionais de geração de energia. Mas o governo decidiu rever o mecanismo e adiou sua implantação por um ano.

Editoria de Arte/Folhapress

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