Folha de S. Paulo


Arrecadação de novembro superou R$ 110 bi e foi recorde, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-feira (11) que a arrecadação de impostos em novembro superou R$ 110 bilhões, maior cifra já registrada no mês.

Já era esperado um resultado recorde devido à arrecadação de R$ 20 bilhões com a recuperação de dívidas tributárias. Esse valor foi recolhido em três programas lançados pelo governo no fim deste ano com condições especiais para o pagamento de tributos atrasados, como parcelamento de juros e multa.

"A arrecadação de novembro foi recorde, acima de R$ 110 bilhões", disse Mantega, em evento promovido pelo setor industrial.

Mantega rebateu críticas de que não estaria cumprindo a meta de superavit primário -- economia para pagar juros da dívida pública. Segundo ele, a dificuldade do governo reflete os cortes de impostos para reduzir os custos de produção no país e estimular os investimentos.

A declaração segue comentário do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em audiência no Senado ontem, quando ele afirmou que "quanto mais o governo economizar, melhor."

Mantega destacou que no ano passado o governo perdeu R$ 45 bilhões em arrecadação por causa das desonerações. Neste ano, a renúncia já supera R$ 60 bilhões, até outubro.

A meta de todo setor público -- União, Estados e municípios -- é economizar R$ 111 bilhões, valor que não deve ser alcançado. Até outubro, dados mais recente, o superavit primário acumulado no ano estava em apenas R$ 51,2 bilhões.

CRESCIMENTO 'MANCO'

Mantega atribuiu as baixas taxas de crescimento do Brasil nos últimos anos aos efeitos da crise internacional, que eclodiu em 2008, e ao ritmo mais lento de expansão do crédito por causa da inadimplência alta.

"Isso significa que a economia brasileira está crescendo com duas pernas mancas: de um lado o financiamento ao consumo, que está escasso, e de outro lado a crise internacional, que nos rouba uma parte da nossa possibilidade de crescimento".

O ministro destacou, porém, que a inadimplência dos consumidores está em queda e que a economia mundial está se recuperando. Segundo ele, esses fatores devem colaborar para a retomada da economia brasileira.

"Ou seja, nos últimos cinco anos estamos crescendo, gradualmente, porém com vento contrário. Então, se nós conseguirmos, daqui pra frente, que venha um vento a favor, a partir da recuperação da economia internacional, e que o crédito ao consumidor possa aumentar, nós teremos duas novas forças dinamizadoras para estimular a economia brasileira".


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