Folha de S. Paulo


Operador assumirá Galeão com elevador e escada rolante parados

Maior área aeroportuária do país, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Tom Jobim-Galeão está em péssimas condições, tanto físicas como de serviços.

O leilão dos aeroportos de Galeão (RJ) e Confins (MG) ocorre hoje em São Paulo, a partir das 10h, com todos os cinco consórcios interessados habilitados a participar.

'Puxadinhos' terão que ser refeitos por vencedor de Confins

Da falta de papel higiênico nos banheiros a um estacionamento de tamanho inferior à demanda, passando por elevadores e escadas rolantes parados e filas quilométricas para o check-in, o Galeão, como é mais conhecido, tem ainda problemas de acesso, alertam especialistas.

"O consórcio vai receber um Galeão com obras inacabadas no Terminal 1 e esteiras que ligam o Terminal 1 ao 2 paradas, mas com o tempo isso vai ficar bom. O maior problema é o acesso ao aeroporto", diz o professor Renaud Barbosa, da FGV.

Ele prevê que, para concluir as obras do Terminal 1, o novo consórcio deverá gastar logo no início R$ 200 milhões.
Mas, para ele, os acessos ao aeroporto são o grande gargalo, e por isso a expansão dessas vias deveria ter sido exigida aos novos operadores no edital de venda.

"A Linha Vermelha [via de acesso] não serve só ao aeroporto, ela serve aos bairros do subúrbio. O BRT [Bus Rapid Transit] que está sendo construído só liga o aeroporto à Barra e a alguns bairros do subúrbio, mas quem vai para o aeroporto vem mais do centro e da zona sul."

Para o coordenador do núcleo de infraestrutura e logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, o primeiro passo do consórcio vencedor será o de dar maior comodidade ao passageiro. "A situação lá [Galeão] é muito ruim", confirma.

Ele se diz "esperançoso" com a decisão do governo de tentar atrair empresas mais experientes para os leilões do Galeão e de Confins (MG), com a exigência mínima de operação maior do que nos leilões anteriores.

Resende considera que o maior desafio do consórcio vencedor será ter como parceiro a Infraero, "um elemento estranho à grande gestão mundial de aeroportos".

A própria Infraero reconhece que só 30% do atual quadro deverá ser absorvido pelos consórcios que assumirão os aeroportos. A empresa tem 1.024 empregados no Galeão e 370 em Confins.

O segundo desafio será fazer pequenas melhorias, como um novo estacionamento, check-in mais rápido e outras medidas que aumentem a comodidade do passageiro.

"São investimentos para dar conforto ao passageiro, reduzir filas", diz.

Ele teme, porém, que mudanças estruturais serão difíceis, como a construção da terceira pista, compromisso que tem que ser entregue antes da Olimpíada de 2016. "Isso depende de licença ambiental, é possível que não se consiga até os Jogos."


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