Folha de S. Paulo


'Não há oposição entre governo e empresários', afirma Dilma

Na tentativa de se desvencilhar das críticas ao seu estilo "intervencionista" e à política econômica do governo federal, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (19) que não é inimiga da iniciativa privada.

"O futuro será nosso se nós percebemos que não há oposição entre governo e empresários", disse a presidente a um plateia de empreendedores e políticos em Campinas (a 93 km de São Paulo).

Dilma discursou na abertura do 14º Congresso da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), evento que também comemora os 50 anos da entidade. Na saída, evitou falar com os jornalistas.

"Há uma proposta de cooperação, há uma perspectiva de cooperação. Há, sobretudo, vontade política do meu governo de cooperar com todos os empresários e as empresárias de pequeno porte, médio porte e grande porte", disse Dilma durante seu discurso.

Nas últimas semanas, a presidente se reuniu com executivos de grandes empresas, como Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht e BRF Brasil Foods, como parte de uma ofensiva para tentar reverter o clima de pessimismo na economia.

Ela voltou a ressaltar que não há descontrole nas contas públicas, uma das maiores críticas à área econômica de seu governo. "Pelo décimo ano consecutivo vamos fechar 2013 com a inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Temos R$ 376 bilhões em reservas internacionais", disse.

"O Brasil tem fundamentos econômicos sólidos", afirmou. "Estamos em uma situação diferenciada, em um extraordinário contraponto ao cenário internacional. Desde 2003, criamos 20 milhões de empregos, o equivalente à população da região metropolitana de São Paulo."

BUROCRACIA

Dilma esteve em Campinas para lançar um portal para desburocratizar a abertura e fechamento de micro e pequenas empresas, tornando mais rápidos os processos. "A abertura de processos no Brasil é muito mais longo e dispendioso. Isso diminui a nossa competitividade."

Segundo ela, os empreendedores "fazem a diferença em um país como o Brasil". "O país precisa de uma rede de empreendedores, de micros, pequenos, médios e grandes negócios."

Ela disse que a burocracia é um dos grandes entraves não só para os empreendedores, mas para a população como um todo e para o próprio governo. "Das coisas complicadas que percebi nesses dez anos em que estou no governo federal, a burocracia é uma delas. A burocracia complica a vida dos empreendedores, das pessoas e do governo."


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