Folha de S. Paulo


Indústria paulista demite 4.500 funcionários e pode fechar ano em queda de novo

A indústria de São Paulo demitiu 4.500 funcionários em outubro, segundo dados da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) e do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

Diante do resultado, o mercado de trabalho paulista pode novamente encerrar o ano com taxa negativa, segundo o diretor do de Pesquisas e Estudos Econômicos das entidades, Paulo Francini. A expectativa no começo do ano era que a indústria gerasse 15 mil empregos em São Paulo em 2013.

Em 2012, a indústria havia fechado 52 mil postos de trabalho, o que representou uma queda de 2,01%. Em 2011, o índice foi levemente negativo (-0,01%).

Esse cenário é corroborado pela pesquisa nacional de emprego na indústria do IBGE, divulgada na terça-feira (12). Segundo o estudo, o total de horas pagas pelos empresários em suas linhas de produção mostra uma forte tendência de queda nos últimos meses, o que sinaliza que a retomada do emprego está longe. Isso porque, antes de contratarem, as indústrias aumentam sua produção ampliando as horas trabalhadas de seus empregados.

De janeiro a outubro deste ano, a indústria paulista gerou 36,5 mil empregos, com variação positiva de 1,4%. Mas nos últimos 12 meses foram fechados 39,5 mil postos de trabalho, o equivalente a uma queda de 1,51% no mês passado, em relação a outubro de 2012.

Do total de demissões no mês passado, a indústria de açúcar e álcool foi responsável pelo fechamento de 2.357 vagas, enquanto os setores da indústria de transformação demitiram 2.143 trabalhadores.

No acumulado do ano, a indústria sucroalcooleira criou 23.274 vagas. Já os outros segmentos do setor manufatureiro geraram 13.226 novos empregos no acumulado do ano.

Das 22 atividades analisadas pela pesquisa, nove computaram queda, oito registraram alta no mês e cinco ficaram estáveis. O setor de celulose, papel e produtos de papel teve alta de 1,1% no mês, enquanto as empresas da área de máquinas, aparelhos e materiais elétricos registraram queda de 0,9%.

Já no acumulado do ano, a indústria de coque, petróleo e biocombustíveis computou alta de 8,9%. O setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos registrou queda de 4% no mesmo período.


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