Folha de S. Paulo


Bancos se protegem contra quebra da OGX

Diante da iminente recuperação judicial da OGX, esperada para os próximos dias, bancos credores da companhia correm para se proteger e evitar calotes.
Santander, Itaú BBA e Morgan Stanley anunciaram ontem um acordo pelo qual, se a OGX ficar inadimplente, eles podem vender para a Eneva (ex-MPX) a fatia da petroleira na OGX Maranhão.

Os três bancos emprestaram R$ 600 milhões para a OGX Maranhão, que explora campos de gás na Bacia do Parnaíba. OGX e Eneva são sócias no projeto.

Os financiamentos têm como garantia as ações da própria OGX Maranhão e vencem, inicialmente, em janeiro do ano que vem.

Se a OGX não honrar o pagamento, os bancos têm, portanto, o direito de assumir a participação de 66,7% que a petroleira tem no negócio.

Como esse cenário tornou-se provável diante das dificuldades financeiras da petroleira, os bancos decidiram estabelecer desde já as condições para a venda do ativo à Eneva, que tem preferência na compra.

Pelo acordo firmado ontem, os bancos receberão R$ 200 milhões da Eneva, caso a venda se concretize.

VENDA FUTURA

A opção de venda só poderá, entretanto, ser exercida a partir de 19 de fevereiro. Até lá, a Eneva irá renegociar os termos do financiamento.

Segundo apurou a Folha, o objetivo é prorrogar por um ano o vencimento do empréstimo, que ficaria para janeiro de 2015.

O prazo elástico também serve aos interesses da OGX, que deseja encontrar uma solução para o ativo. A petroleira tenta passar para a frente sua participação na OGX Maranhão como forma de levantar dinheiro para sua recuperação judicial e vem mantendo conversas com a própria Eneva, conforme antecipou a Folha.

A ideia da OGX é usar o acordo de venda do empreendimento como garantia a um novo investidor.

Mesmo que entre em recuperação judicial, a petroleira precisa de um aporte novo de capital para que siga operando, já que enfrenta sérias dificuldades de caixa.

A petroleira vinha tentando levantar dinheiro com seus credores estrangeiros, mas um acordo já está descartado. A solução para a empresa será a recuperação judicial. Procuradas, OGX e Eneva não deram entrevista.


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